sábado, 12 de abril de 2014

A 15 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Preservar os centros históricos das cidades – a beleza que os nossos antepassados nos deixaram – contra o zelo destruidor dos modernizadores, e revitalizar os subúrbios, transformando-os, para construirmos a beleza do amanhã, este, em síntese, o propósito de vida do arquiteto Renzo Piano, referindo-se às urbes da Itália natal. E foi ao ler, para entusiasmo meu, o seu retrato, que dei comigo a pensar na imensidão do trabalho que em Portugal, também, muito concretamente, em Coimbra, temos pela frente. Que não pode permitir, em circunstância alguma, mais adiamentos, locais, nacionais ou europeus, de medidas políticas (mesmo) inadiáveis.

Magnífico, o reitor assumiu, um dia destes, a garantia de que na Universidade de Coimbra "aumenta a agressividade contra o plágio ou o copianço". Finalmente, depois de décadas de permissividade – as exceções apenas confirmam a regra –, parece que as Velhas Escolas, em exemplo que se deseja nacional, vão exigir honestidade (não só) aos seus alunos. Porventura como contributo para passarmos da geração (apenas isso) mais escolarizada para a, academicamente, mais preparada. Portugal e o futuro, se ainda formos a tempo, agradecem...

Afinal, não se justificava qualquer preocupação. Para Carlos Encarnação, cuja opinião tanto nos importa, a quinta posição ocupada por Coimbra num ranking recente significa, bem vistas as coisas, o inquestionável terceiro lugar no contexto nacional. Oeiras é Lisboa, diz, Braga quase quase o Porto. Estamos, enfim, no bom caminho para, inconformados e exigentes, indispensavelmente com muito empenhamento e trabalho, continuarmos a ser, não a primeira ou a segunda, mas a melhor cidade...

Noticiam os jornais: milhares de pessoas no carnaval da Mealhada, uma centena no protesto cívico contra o encerramento do tribunal de Penela. Ali, tantos, em plena Quaresma, para a festa. Aqui, tão poucos, apesar da crise, para o ato de cidadania. Assim vai o país, assim vamos nós, também na Comunidade Intermunicipal "Região" de Coimbra.

Parece que os agricultores do Baixo Mondego vão receber menos ajudas comunitárias, quadro que levará a sérias dificuldades na rentabilização da cultura do arroz. Face ao problema, e para além de respostas que as organizações do setor irão, seguramente, encontrar, talvez todos nós possamos dar um contributo para a valorização de um produto endógeno, de excelente qualidade, que nos engrandece regionalmente, começando por preferirmos o seu consumo, fazermos a sua escolha quando vamos às compras. Enquanto pensamos, porventura, numa aposta da restauração que o privilegie e tenha como mote, admita-se, o "arroz do Mondego, arrozes à nossa mesa". É que, criativamente, em receitas tradicionais ou risotos, são tantas, e tão diversas – da lampreia ao leitão, dos míscaros ao cabrito das serranias, dos peixes ao marisco do nosso mar –, as possibilidades desse, então, novo destino gastronómico...

Hoje, uma quinzena de dias após o início da semana cultural da Universidade de Coimbra – que se prolonga, temos tempo, ainda por mais 45 dias, até 1 de maio – gostaria de deixar uma provocação aos leitores, perguntando: em quantas ações já participou, ou o que tem selecionado da vasta programação? Em jeito de chamada de atenção, com certeza, mas também para, depois, não se dizer que, por aqui, nada acontece!


Gostei tanto de ouvir, na sessão plenária camarária, em razão de valores éticos, Manuel Machado a aceitar e a agradecer a colaboração, não interessa em quê, da oposição, quanto, muito pouco, por motivos inversos, da deliberação da subida de cinco mil para 75 mil euros do valor dos contratos de aquisição de serviços que o presidente pode celebrar sem prévio conhecimento do executivo; estudantes de geologia, em atitude de efetivo simbolismo ecológico e de cidadania ativa, decidiram, muito bem, um exemplo, adotar uma árvore do Jardim Botânico; voltou à cena, agora com luz, congratulemo-nos, o trabalho "Virtual", do TEUC; retornei, com muitos outros, à Expo Clássicos; e no dia do 233 aniversário dos Sapadores Bombeiros, Paulo Palrilha, receio que não apenas por razões de competência técnica, foi empossado – outra vez um não militar – como novo comandante da Companhia.

António Cabral de Oliveira

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