RIO ACIMA, SEM MOTOR
O início desta semana trouxe duas
belíssimas notícias para cidade. Por um lado, anunciava-se o renascimento da
Linha do Oeste – na certeza de uma próxima viagem exploratória, um abraço
Manuel Queiró – através da ligação entre Coimbra, Leiria, Caldas da Rainha e
Torres Vedras, com três circulações diárias em cada sentido; por outro, o
secretário de Estado das Obras Públicas confirmava que um dos primeiros projetos
de investimento do governo vai ser a ligação rodoviária Coimbra-Viseu através,
disse, de uma grande melhoria ou substituição do IP3, isto é, julgo eu, da
autoestrada que entretanto, incompreensivelmente, fora suspensa.
Apesar do alegado empenhamento do
executivo central na reabilitação urbana, até como fator de desenvolvimento
económico, a ministra Assunção Cristas anunciou que o governo quer deixar
"o quanto antes" a posição detida, designadamente, na SRU de Coimbra.
Coisa que, é nosso convencimento, a olhar para a obra feita, pouco ou nada
influenciará a recuperação do edificado da cidade. Entretanto, talvez venha a
caso perguntar se a titular das pastas inúmeras não quererá deixar, de
"forma pacífica e construtiva", que sejamos nós a decidir sobre a
(lucrativa) questão das águas...
Apresentação de livros, sessões
de autógrafos, espetáculos, debates, conferências, exposições, e oficina de fabrico
de papel artesanal são iniciativas da (inexistente para os órgãos de
comunicação social ditos nacionais, que persistem em só ver as de Lisboa e do
Porto, mesmo que uma delas não se realize este ano) Feira do Livro de Coimbra.
Mas ela está aí, visitei-a, não é uma alucinação minha e, apesar de tal sorte
de certames, ao contrário das livrarias elas mesmas, não fazer a minha preferência,
merece, amplamente, a nossa participação. Até 2 de junho, em conjunto com a do
Artesanato.
A EDP concluiu a construção de duas
novas saídas subterrâneas – seja lá isso o que for – também para melhorar a
iluminação pública da Alta. Pode ser que agora, esperança nossa, deixemos de
ter de levar uma lanterna quando ali nos deslocamos, e os estudantes e os
residentes possam, por fim, frequentar aquele espaço urbano sem receio de
incómodos ou perigos hoje evidentes. Com a subestação da Alegria ali tão perto
(mas, pela demora, tão longe), faça-se luz, alegremo-nos pois.
O Diário de Coimbra, ao assinalar
o seu 83 aniversário, destinou, bela ideia, a receita das vendas em banca ao
projeto de recuperação do estádio universitário. Mas para quê, apetece
perguntar, se depois vai estar encerrado aos fins de semana! E é assim que
queremos ser sede dos Jogos Universitários Europeus em 2016? Valha-nos Deus!
Cozinhar é, para mim, desde há
alguns anos, fonte de relaxamento e, sobretudo, um enorme prazer. E faço-o,
sempre, beberricando de uma flute (por vezes opto por um tinto escorreito), em
tempo necessariamente mais breve do que aquele que, com gosto, passei, no sábado,
nas Piscinas do Mondego, na segunda Mostra Espumantes da Bairrada Cidade de
Coimbra, iniciativa muito curiosa e definitivamente evidenciadora, o meu brinde,
de variedade e riqueza.
É notório o desinteresse que os
comerciantes de Coimbra manifestam em relação à sua recém criada Associação de
Beneficência, entidade que visa, naturalmente, a ajuda aos seus pares mais
carenciados. Com a participação de apenas duas dezenas de empresários, e no
meio de muito desalento, lá elegeram como presidente, sempre esforçado, Armindo
Gaspar. Se nem para eles próprios são bons...
Estudantes do ensino superior
benzeram as pastas e rezaram para que possam encontrar trabalho; S. José
festejou os 80 anos – parabéns Padre João – do seu pároco; a Câmara Municipal
atribuiu, por decisão unanime, a medalha de mérito cultural ao Clube da
Comunicação Social de Coimbra; os sócios da Académica OAF – é por estas e por
outras que Coimbra continua a ser diferente – optaram pela SDUQ, assim
recusando o projeto SAD pretendido pela atual direção; e, por fim, confesso a
minha alguma dificuldade em entender que espaços da Reitoria da Universidade,
agora a Sala das Armas, amanhã, porventura, a dos Capelos, estejam a ser
utilizados, já nem a História se respeita, não exclusivamente para a vida
académica ou atos de índole estritamente cultural.
António Cabral de Oliveira
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