quarta-feira, 5 de junho de 2013

A 25 de maio ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR    
São já conhecidos, finalmente – quanto delongam as coisas em Coimbra! – as personalidades, quase todas, que integram os novos corpos sociais do IParque. E se em relação ao órgão consultivo os nomes indicados merecem natural aplauso, já a administração me deixa (digamos apenas assim) algo apreensivo, constrangimento que, espero sinceramente, o breve prazo, afinal, contrarie. De facto, ao olhar, conjunto de coisa nenhuma, que desperdício no seu desértico desaproveitamento, a infraestrutura de Antanhol, resta-me a expetativa de ser competência daquele conselho, aliás muito próximo das instituições da cidade que operam na área tecnológica, "definir e orientar a estratégia da sociedade" e, ainda, a aproximação estabelecida com o Instituto Pedro Nunes.
 
O Museu Nacional de Machado de Castro não ganhou o Prémio Museu Europeu do Ano, distinção que a sua diretora já nos tinha referido, atendidas as circunstâncias, como imensamente difícil. Entretanto, ninguém retira ao MNMC a excelência e, sobretudo, a certeza do orgulho com que Coimbra o olha. É que, como ficou sobejamente comprovado no passado dia 18, (quase) todos nós gostamos muito, muito, dele.
 
Enquanto se preocupa com o viveirismo – olá Ceira, olá Semide – e exportações, parece que o Magnífico Reitor quer fechar a Universidade de Coimbra de 10 a 25 de agosto. Sem me debruçar, sequer, sobre questões – e imensos danos sequentes – como as visitas turísticas ou, sobremodo, o encerramento da Biblioteca Geral, atento, apenas, no valor, absolutamente irrisório, que se pretende poupar: 100 mil euros, 20 mil contos de reis para os que ainda (ou já?) fazem as contas em escudos! Ao que nós chegámos...
 
Regressando às Escolas, a Candidatura da Universidade, Alta e Sofia a Património da Humanidade parece estar, finalmente – esperemos, e queremos acreditar que ainda a tempo – a mexer-se. Esta semana, depois de apresentada (!) na Assembleia da República, uma delegação reuniu em Paris com o embaixador de Portugal em França, nosso representante junto da UNESCO.
 
Cidadã empenhada no desenvolvimento e qualidade de vida da terra que, como eu, escolheu para nela viver, Helena Freitas lamentava, em artigo de opinião, e bem, que Coimbra não tenha um diagnóstico, nem sequer retrato fidedigno, da diversidade biológica que acolhe, necessariamente muito rica, quando se atenta, diz, na valia e dimensão das suas áreas verdes. E criticava, de forma com certeza não menos justa, a limitação da política municipal a serviços mínimos e apenas reativos. Lembrando eu, embora, pelo menos uma edição da autarquia sobre parques e jardins, dou, entretanto, de novo, comigo a pensar: mas será que a Universidade, aqui sediada há tantos séculos, os seus departamentos competentes – e pergunto-o à professora –, não poderia ter dado já à urbe contributo essencial para estar traçado, hoje, e permanentemente atualizado, assim tão importante rastreio?
 
A Câmara vai concessionar a recolha de lixo e a limpeza urbana por, alega, graves problemas de recursos humanos, dificuldade que, seguramente, parece intuir-se, não acontecerá com os privados. É por esta e por outras que um dia destes começamos, mesmo os mais municipalistas, a questionar-nos sobre a necessidade da existência das autarquias: assim como assim, para contratar serviços, qualquer pequena empresa é suficiente, e os impostos locais, esses sempre podem sem cobrados, também, pelas finanças...
 
Morreram, as minhas homenagens, Costa Lobo, urbanista da Coimbra onde nasceu, e José Cabeças, antigo presidente do município de Góis e da direção regional de Saúde; foi bonita a Festa da Planta e da Flor, que deveria repetir-se mais amiudadamente, manter-se talvez mesmo em permanência na Baixa; é tamanha a crise de valores que, estamos mesmo a bater no fundo, até roubaram o cebolo plantado pela Casa dos Pobres; o transporte de droga (ou pelo menos a sua tentativa) para o interior da penitenciária – agora, e lembro o projeto adiado da nova cadeia, a bater recordes de sobrelotação – por parte de namoradas de reclusos deve ser, tantos os casos, depois das fotocópias, a única atividade em alta na cidade.
 
Teve ontem início, no Parque Verde e no Manuel Braga, prolongando-se até 2 de junho, a Feira do Livro (e a do Artesanato). Frequente, leia livros, e como a propósito costuma acrescentar o radialista António Macedo, também jornais...

António Cabral de Oliveira

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