RIO
ACIMA, SEM MOTOR
São já conhecidos, finalmente –
quanto delongam as coisas em Coimbra! – as personalidades, quase todas, que
integram os novos corpos sociais do IParque. E se em relação ao órgão
consultivo os nomes indicados merecem natural aplauso, já a administração me
deixa (digamos apenas assim) algo apreensivo, constrangimento que, espero
sinceramente, o breve prazo, afinal, contrarie. De facto, ao olhar, conjunto de
coisa nenhuma, que desperdício no seu desértico desaproveitamento, a infraestrutura
de Antanhol, resta-me a expetativa de ser competência daquele conselho, aliás
muito próximo das instituições da cidade que operam na área tecnológica,
"definir e orientar a estratégia da sociedade" e, ainda, a
aproximação estabelecida com o Instituto Pedro Nunes.
O Museu Nacional de Machado de
Castro não ganhou o Prémio Museu Europeu do Ano, distinção que a sua diretora
já nos tinha referido, atendidas as circunstâncias, como imensamente difícil.
Entretanto, ninguém retira ao MNMC a excelência e, sobretudo, a certeza do
orgulho com que Coimbra o olha. É que, como ficou sobejamente comprovado no
passado dia 18, (quase) todos nós gostamos muito, muito, dele.
Enquanto se preocupa com o
viveirismo – olá Ceira, olá Semide – e exportações, parece que o Magnífico
Reitor quer fechar a Universidade de Coimbra de 10 a 25 de agosto. Sem me debruçar,
sequer, sobre questões – e imensos danos sequentes – como as visitas turísticas
ou, sobremodo, o encerramento da Biblioteca Geral, atento, apenas, no valor,
absolutamente irrisório, que se pretende poupar: 100 mil euros, 20 mil contos
de reis para os que ainda (ou já?) fazem as contas em escudos! Ao que nós
chegámos...
Regressando às Escolas, a
Candidatura da Universidade, Alta e Sofia a Património da Humanidade parece
estar, finalmente – esperemos, e queremos acreditar que ainda a tempo – a
mexer-se. Esta semana, depois de apresentada (!) na Assembleia da República,
uma delegação reuniu em Paris com o embaixador de Portugal em França, nosso
representante junto da UNESCO.
Cidadã empenhada no
desenvolvimento e qualidade de vida da terra que, como eu, escolheu para nela
viver, Helena Freitas lamentava, em artigo de opinião, e bem, que Coimbra não
tenha um diagnóstico, nem sequer retrato fidedigno, da diversidade biológica
que acolhe, necessariamente muito rica, quando se atenta, diz, na valia e
dimensão das suas áreas verdes. E criticava, de forma com certeza não menos
justa, a limitação da política municipal a serviços mínimos e apenas reativos.
Lembrando eu, embora, pelo menos uma edição da autarquia sobre parques e
jardins, dou, entretanto, de novo, comigo a pensar: mas será que a
Universidade, aqui sediada há tantos séculos, os seus departamentos competentes
– e pergunto-o à professora –, não poderia ter dado já à urbe contributo
essencial para estar traçado, hoje, e permanentemente atualizado, assim tão
importante rastreio?
A Câmara vai concessionar a
recolha de lixo e a limpeza urbana por, alega, graves problemas de recursos
humanos, dificuldade que, seguramente, parece intuir-se, não acontecerá com os
privados. É por esta e por outras que um dia destes começamos, mesmo os mais
municipalistas, a questionar-nos sobre a necessidade da existência das
autarquias: assim como assim, para contratar serviços, qualquer pequena empresa
é suficiente, e os impostos locais, esses sempre podem sem cobrados, também,
pelas finanças...
Morreram, as minhas homenagens,
Costa Lobo, urbanista da Coimbra onde nasceu, e José Cabeças, antigo presidente
do município de Góis e da direção regional de Saúde; foi bonita a Festa da
Planta e da Flor, que deveria repetir-se mais amiudadamente, manter-se talvez
mesmo em permanência na Baixa; é tamanha a crise de valores que, estamos mesmo
a bater no fundo, até roubaram o cebolo plantado pela Casa dos Pobres; o
transporte de droga (ou pelo menos a sua tentativa) para o interior da
penitenciária – agora, e lembro o projeto adiado da nova cadeia, a bater
recordes de sobrelotação – por parte de namoradas de reclusos deve ser, tantos
os casos, depois das fotocópias, a única atividade em alta na cidade.
Teve ontem início, no Parque
Verde e no Manuel Braga, prolongando-se até 2 de junho, a Feira do Livro (e a
do Artesanato). Frequente, leia livros, e como a propósito costuma acrescentar
o radialista António Macedo, também jornais...
António Cabral de Oliveira
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