RIO
ACIMA, SEM MOTOR
A
CCDRC vai passar das atuais12 para sete NUT III, assim procurando “robustecer”
as suas sub-regiões (se o são, por que cargas de água, façamo-nos de ingénuos,
se quer chamar aos territórios do Mondego e do Vouga de Região de Coimbra e
Região de Aveiro) tendo em vista otimizar a massa crítica nestas terras longe
do Terreiro do Paço. Tudo, apesar das perdas e danos, com a anuência da maioria
dos presidentes de Câmara, quase veneradores e obrigados, vergados pela força
dos dinheiros públicos que o governo quer ratear por aquelas novas
“administrações” da “província”.
Cláudia
Tenório é a apresentadora do programa Rede Vida Visita, que esteve em Coimbra –
cidade “cheia de charme” de que confessava “estar apaixonada” – para mostrar,
no país irmão, uma realidade que muitos, cá dentro (já que estamos a falar
também de turismo) pretendem, pelo menos, escamotear. Com imagens feitas em
dias chuvosos que não fixaram (para além da beleza de sempre) a luz que a
envolve em dias mais claros, este foi, apesar dos pequenos erros, um bom
serviço que, substantivamente, naquele registo de entusiamo e calor que lhes
são próprios, o canal católico brasileiro prestou – disse Cláudia, comigo
concordante –, a “uma das três cidades mais importantes de Portugal”. A ver, a
rever e a viver, no YouTube…
A
edilidade coimbrã aprovou, por saudável unanimidade, a abertura de todas as
reuniões camarárias à comunicação social, uma medida que, após anos de
interregno, se saúda muito vivamente. Recordando os anos, distantes, em que,
por iniciativa de Santos Martins, o executivo do Eng. Moreira tomava essa
decisão, então única no país, de fazer acompanhar as deliberações autárquicas
por aqueles que têm a função inalienável de fazer mais forte a democracia,
importa, agora, neste tempo de assim renovada transparência, que os
jornalistas, todos, saibam estar à altura das ainda maiores responsabilidades
que nos endossam.
O
Movimento Ideais do Centro, até me custa a acreditar, defende a disseminação de
ministérios um pouco por todo o país, género Finanças no Porto, Saúde em Évora,
Educação em Coimbra, Mar em Aveiro, Indústria em Leiria, Turismo em Faro,
Justiça em Bragança, ideia não absolutamente peregrina que, julgo, seria
disparate enorme e impossível, desde logo inviabilizador – se agora já é o que
é! – de indispensável coordenação governamental. Coisa diversa seria já, neste
tempo de comunicação imediata, a localização de instâncias como os Tribunais
Constitucional e de Contas, Provedorias e Institutos, nos cada vez mais abandonados
subúrbios, como recentemente alguém lhe chamava, da centralizadíssima Lisboa.
Entretanto, aí muito bem, o MIC promoveu em Miranda do Corvo – teremos de
esperar para ver no que a iniciativa de Jaime Ramos vai dar – o primeiro
Encontro Nacional de Movimentos Cívicos.
Sem
que de tal se tivesse sequer apercebido, Miguel Júdice teve mais um convidado
para a abertura do restaurante Loggia – belo nome, Ana Alcoforado –, no
renovado Machado de Castro, já que levei comigo, interiorizado, o Prof. Mário
Mendes, para, finalmente, ver aberto, rasgado sobre os telhados da Alta que nos
conduzem o olhar até à Sé Velha, não “O Archeiro” que sonhou concretizar quando
fosse Magnífico Reitor das Escolas (que a morte, inopinada, não permitiu),
antes uma unidade muito digna, com serviço simples mas (não gosto, contudo, ao
jantar, dos guardanapos de papel nem das garrafas na mesa), com certeza,
exigente, a honrar a chancela Quinta das Lágrimas, e que, apostando num
conceito de partilha – o repasto inaugurador esteve perfeito nos manjares, também
nos vinhos da Idealdrinks – se vai constituir, não duvido, para além de apoio
indispensável ao museu, em nova âncora na qualificação daquele magnífico espaço
urbano.
A
Universidade de Coimbra e a Comissão de Coordenação estão, leio atónito, a
delinear em conjunto a apresentação de uma candidatura a fundos comunitários
para a instalação do Tribunal Universitário Judicial Europeu no Colégio da
Trindade. Como é possível, meu Deus, depois de tantos, tantos e tantos anos,
que estejamos, ainda, em fase tão incipiente de um processo que, nesta altura,
deveria estar a necessitar de obras não de construção mas de remodelação!
Enfim, Coimbra, a Universidade…
Enquanto,
à falta de melhor, se fazia luzido estardalhaço com o simples lançamento de um
número da sempre belíssima Rua Larga dedicado à Candidatura da Universidade a
Património da Humanidade, a revista C, esperemos que sem outras repercussões na
nossa imprensa, acabou, naturalmente. Crises de ideias amplas ou de resistência
editorial …em tempo de crise generalizada, que levou, também, na cultura, o
Teatro de Gil Vicente a ajustar (gosto do eufemismo) preços com alargamento de
descontos, certíssimo, a desempregados.
António Cabral de Oliveira
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