RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Ter
notícia – e agora, que se anuncia um fim de semana especialmente frio – de que,
em Coimbra, são já 600 os sem-abrigo, quando de memória retínhamos um valor de
poucas centenas de indivíduos, provoca-me um enorme mal-estar, perplexidade,
preocupação. Porque o crescimento é, em muito curto espaço de tempo,
verdadeiramente assustador. E se, comunitariamente, ao nível da cidade, temos
de continuar a encontrar respostas para assim contribuirmos para o minorar da
questão – fica aqui o meu reconhecimento para todos aqueles que se empenham, a
cada noite, nessa missão altruísta – é ao governo, nem mais, que devemos exigir
soluções sustentadas para bem se enfrentar tamanho problema social.
O
Diretor Regional de Economia do Centro, Francisco Braga, demitiu-se por razões
que não quis especificar. Será que não conseguiu entender-se com essa ideia
peregrina – ao que obriga a política, a caça ao voto! – da bicefalia da DRE
entre Coimbra, de onde nunca devia ter saído, e Aveiro?
Agora
que as autoestradas estão desertas (não sou eu que o digo, antes é uma
constatação generalizada quando se atenta nas quebras de tráfego, também nas A8
e A17), não será tempo de o governo rever a sua política ferroviária,
nomeadamente no que respeita à Linha do Oeste, que deverá ligar diretamente,
com boa oferta de horários, preço e qualidade, Lisboa e Coimbra através de
Torres Vedras, Caldas da Rainha, Leiria e Figueira? E, numa hora em que Manuel
Queiró, personalidade que reconhecidamente tem feito da defesa da Região Centro
uma luta empenhada e persistente, assumiu a presidência da CP, não devem ser
maiores as nossas expectativas, não só em relação àquela, mas também à Linha da
Beira Alta, inteira, de Vilar Formoso à Figueira da Foz?
A
Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro – e recordamos
o prestígio, dinamismo e influência que, anos atrás, conhecemos na sua atividade
– fundiu-se com a nacional AHRESP, para, julgam convencer-nos, alcançarem
vigor, maior força, mais massa crítica, enfim, as justificações do costume.
Percebendo bem as dificuldades presentes, desde logo anquiloses estruturais de
difícil solução, não posso deixar de lamentar, parece uma condenação, a perda
de mais uma estrutura regional, a fazer-nos lembrar o anúncio dos esparguetes
de que o bom é …
No
Metro Mondego, haja paciência, parece tudo continuar adiado, até mesmo os 15
milhões de euros do QREN que se querem destinados, não para carris, mas já para
parque de máquinas e oficinas; a autarquia inaugurou, em boa hora, o renovado
Gabinete do Munícipe, local de atendimento que, moderníssimo, viabiliza
tecnologia, conforto e funcionalidade, tudo em prol de uma proficiência no
serviço que, sem motivos de queixa, há de, por tanto, melhorar; a edilidade,
cuidado com as transferências do poder central para o local, assinou com o
Secretário de Estado do Desporto e Juventude um protocolo de cedência para
utilização (será desta?) da piscina de Celas; e, sejam quais forem as razões
que lhe assistam – ou não – é definitivamente incompreensível a decisão (?)
camarária de, num dia, retirar os transportes para o Algar aos trabalhadores
dos serviços de higiene e dos jardins, para, logo no outro, os repor: se isto é
gestão política, de recursos humanos, seja lá do que for, então…
Em
Coimbra, muitos – 18 grupos, sob organização da Associação de Folclore e
Etnografia da Região do Mondego – integraram o tradicional Cortejo dos Reis Magos,
mas eram poucos (prometo que para o ano quero não faltar) os que o recebiam; a
Cáritas reabriu, provisoriamente embora, o – para muitos, sobretudo os que
habitam na baixa –, problemático gabinete de apoio a toxicodependentes, no
Terreiro da Erva; e se quem confessa não merece castigo, então temos de perdoar
a Massano Cardoso (entretanto, mais imperdoável ainda é haver tantos, tantos
outros cidadãos que não contribuem, assim, para uma causa que deve ser de
todos) o facto de não ser, até há pouco, sócio dos Bombeiros Voluntários.
António Cabral de Oliveira
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