RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Conversas
e debates, edições e reedições, música, teatro, exposições e uma placa são,
nomeadamente, atos festivos previstos para a comemoração dos 500 anos da
Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Sem questionar a programação
delineada, julgamos, contudo, que a melhor forma de celebrar a efeméride seria,
nem mais, a abertura da livraria à hora de almoço, também até à meia-noite,
para que todos – sem estarmos sujeitos ao impensável horário 9-13 / 14-17 h –
possamos bem usufruir a “maior biblioteca universitária de todo o mundo
lusófono”. E já agora, quando parece não termos ambição para exigir a transformação
da atual penitenciária em grande Biblioteca e Museu da Língua Portuguesa, ao
menos que se alcance o concretizar da solução, sempre limitada, também adiada,
de aproveitamento de espaços das Físicas e das Químicas para arquivo morto.
Mesmo sabendo haver “outras prioridades”, sempre as mesmas, sempre de pendor
tecnológico.
Paulo
Júlio, ainda com um pouco de vergonha política na cara, decidiu, contrariando
os “princípios” do seu ministro, afastar-se do governo. Pena que Relvas, já que
não o antecedeu na atitude – e eram tantas as razões! – não tenha aproveitado a
oportunidade para lhe seguir as íntegras pisadas. Só lhe ficava bem e os
portugueses, fartos de repetidas trapalhadas, cansados das reiteradas agressões
ao poder local, ficariam gratos, muito gratos…
A
Câmara Municipal de Coimbra adjudicou amplo, indispensável e urgente conjunto
de obras de recuperação de pavimentos em diversas artérias da cidade, ainda, e
por fim – se não erro, ouço falar desses trabalhos pelo menos desde meados do
passado ano –, a correção da curva da Gouveia Monteiro, avenida de acesso aos
HUC construída seguramente com tanto de boa vontade quanto de inépcia técnica.
E assim, melhor do que nunca, tarde se endireita o que tão torto nasceu...
Por
falar em vias urbanas, a Mendes Siva é, para a Streetics, sítio da internet que
avalia a qualidade de vida em diferentes ruas, a mais interessante zona para
viver em Coimbra (lembrar-me eu, nomeadamente, das infindas críticas à
autorização de construção de grandes superfícies); e a Associação Académica de
Coimbra – mau grado tanto potencial, tanta juventude ainda tão desaproveitada,
desde logo quando olhamos o estado em que deixamos permaneça o estádio
soberbamente localizado na margem esquerda do Mondego – foi, representando a
Universidade, distinguida pela EUSA, em terceiro ano consecutivo, como a melhor
em desporto universitário na Europa.
O
Movimento Cívico que defende o Metro vai convidar deputados da Assembleia da
República e do Parlamento Europeu para visitarem as obras (paradas) do Ramal da
Lousã, enquanto terá deixado cair – ou, minimamente, decidido adiar – essa
ideia estranha de se constituir, parece uma fixação, em partido político; a
Figueira com Sabor a Mar anunciou seis festivais de peixe – que, esperamos,
sejam de facto “dos mais nobres da nossa costa”, e não, também da nossa costa,
de segunda escolha ou de tanques de aquacultura – designadamente do sável e da
lampreia, da sardinha, mariscos e caldeiradas; e, depois de Xavier Viegas,
professor universitário ligado à questão dos fogos florestais, foi agora – quem
se seguirá? – a vez do presidente da CCDRC, Pedro Saraiva, por igual docente da
UC, se mostrar surpreendido com as más condições do quartel dos Bombeiros
Voluntários de Coimbra: com tanto espanto, dou comigo a perguntar se estes
cidadãos, com percursos de vida tão notáveis e recheados de enormes
responsabilidades públicas, sabem, de facto, onde vivem…
António Cabral de Oliveira
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