sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A 5 de janeiro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Um estudo da Universidade da Beira Interior, com base em dados do INE, sobre a qualidade de vida nos municípios portugueses – Indicador Concelhio de Desenvolvimento Económico e Social de Portugal, lhe chamam – coloca Coimbra no quinto lugar, posição indubitavelmente honrosa logo após as inevitáveis Lisboa e Porto (tamanhas as atenções prodigalizadas pelo poder central), a cosmopolita Albufeira e a turística (tão protegida pelo governo regional) Funchal. Das cidades que alguns insistem terem em tudo ultrapassado Coimbra, não houve notícia…
É com imensa pena que continuamos a ver, em sucessão que parece não ter fim, o corte de palmeiras atacadas por dizimador escaravelho. Um pouco por toda a cidade, do Parque à Sá da Bandeira, passando pela Solum, abatem-se exemplares, alguns quase centenários, que faziam parte integrante da paisagem urbana, assim violentamente empobrecida. Sei bem que o problema não se coloca apenas a nível local, mas em terra universitária, com tantos cientistas nos mais diversificados saberes, seguramente também no campo da botânica, estaremos todos a fazer tudo o que poderíamos para evitar tão desagradável quanto ainda inevitável trabalho dos serviços de jardins da Câmara Municipal?
Santos Cardoso deixou, “de consciência muito tranquila”, o Comando Territorial de Coimbra da GNR, herança de uma Casa – a Brigada Territorial nº 5 – que conhecia bem. Rosto, assim, da perda de influência de uma unidade que nos orgulhava enquanto cidade, sobra-nos a compensação de, constatado o erro, a Guarda ter decidido, entretanto, voltar ao anterior dispositivo, recuperando o quartel da Cumeada, em breve, a sua antiga importância.
O Município da Mealhada adquiriu terrenos para a instalação da plataforma rodo- ferroviária na Pampilhosa, medida política que urge relevar quando se atenta, por um lado, no seu conteúdo de afirmação e de aposta num futuro em que tantos descreem, por outro, e com certeza não menos determinante, à extraordinária importância que a concretização daquela infraestrutura pode – diria, mesmo, tem de – significar para o desenvolvimento económico da nossa região. Um exemplo, Carlos Cabral.
O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra tem patente até ao fim de janeiro, nos seus espaços da Castro Matoso e do Jardim da Sereia, uma exposição de fotografia, retrospetiva, de Albano Silva Pereira, que, recorde-se, é o único português entre os quatro finalistas do Prémio BES Photo 2013; a Igreja de Santa Justa foi – muito justamente, porque é um belo templo – classificada como monumento de interesse público, assim se protegendo um significativo espaço urbano da cidade; e a freguesia da Cordinhã (se tal ocorre no litoral, o que não acontecerá no interior abandonado e esquecido?) queixa-se, ao que isto chegou, de lhe andarem a roubar, imagine-se … pinhais!
Passos Coelho veio à Coimbra natal para, com parco aviso público – nem assim evitou, naturalmente, os protestos a que, pelo menos, já se devia ter habituado – visitar e elogiar o novo quase centenário Museu Nacional de Machado de Castro; Coimbra, felizmente, não se envolveu nessa ridícula questão do bebé do ano (o meu nasceu primeiro que o teu) já que, de facto relevante, é terem nascido meninos e meninas, embora não no número desejável, um pouco por todo o país; e, enquanto a S. Silvestre – foi bonito ver tantos, a correr ou simplesmente a caminhar, a desfrutarem do desporto, atitude que muito aprecio nos outros, mas, a mim, me cansa imenso – alcançava o máximo de participação com 800 atletas, as duas iniciativas (não há fome que não dê em fartura) que os poderes autárquicos promoveram na urbe para, pelo menos em matéria de fogo de artifício, de pólvora seca, asseverar – se o ridículo matasse… – “despedida apoteótica de 2012 e saudação clamorosa a 2013”, garantiram, neste tempo de penúria, ampla participação popular.
António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.