RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Um
estudo da Universidade da Beira Interior, com base em dados do INE, sobre a
qualidade de vida nos municípios portugueses – Indicador Concelhio de
Desenvolvimento Económico e Social de Portugal, lhe chamam – coloca Coimbra no
quinto lugar, posição indubitavelmente honrosa logo após as inevitáveis Lisboa
e Porto (tamanhas as atenções prodigalizadas pelo poder central), a cosmopolita
Albufeira e a turística (tão protegida pelo governo regional) Funchal. Das
cidades que alguns insistem terem em tudo ultrapassado Coimbra, não houve
notícia…
É
com imensa pena que continuamos a ver, em sucessão que parece não ter fim, o
corte de palmeiras atacadas por dizimador escaravelho. Um pouco por toda a
cidade, do Parque à Sá da Bandeira, passando pela Solum, abatem-se exemplares,
alguns quase centenários, que faziam parte integrante da paisagem urbana, assim
violentamente empobrecida. Sei bem que o problema não se coloca apenas a nível
local, mas em terra universitária, com tantos cientistas nos mais
diversificados saberes, seguramente também no campo da botânica, estaremos
todos a fazer tudo o que poderíamos para evitar tão desagradável quanto ainda
inevitável trabalho dos serviços de jardins da Câmara Municipal?
Santos
Cardoso deixou, “de consciência muito tranquila”, o Comando Territorial de
Coimbra da GNR, herança de uma Casa – a Brigada Territorial nº 5 – que conhecia
bem. Rosto, assim, da perda de influência de uma unidade que nos orgulhava
enquanto cidade, sobra-nos a compensação de, constatado o erro, a Guarda ter
decidido, entretanto, voltar ao anterior dispositivo, recuperando o quartel da
Cumeada, em breve, a sua antiga importância.
O
Município da Mealhada adquiriu terrenos para a instalação da plataforma rodo- ferroviária
na Pampilhosa, medida política que urge relevar quando se atenta, por um lado,
no seu conteúdo de afirmação e de aposta num futuro em que tantos descreem, por
outro, e com certeza não menos determinante, à extraordinária importância que a
concretização daquela infraestrutura pode – diria, mesmo, tem de – significar
para o desenvolvimento económico da nossa região. Um exemplo, Carlos Cabral.
O
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra tem patente até ao fim de janeiro, nos
seus espaços da Castro Matoso e do Jardim da Sereia, uma exposição de
fotografia, retrospetiva, de Albano Silva Pereira, que, recorde-se, é o único
português entre os quatro finalistas do Prémio BES Photo 2013; a Igreja de
Santa Justa foi – muito justamente, porque é um belo templo – classificada como
monumento de interesse público, assim se protegendo um significativo espaço
urbano da cidade; e a freguesia da Cordinhã (se tal ocorre no litoral, o que
não acontecerá no interior abandonado e esquecido?) queixa-se, ao que isto
chegou, de lhe andarem a roubar, imagine-se … pinhais!
Passos
Coelho veio à Coimbra natal para, com parco aviso público – nem assim evitou,
naturalmente, os protestos a que, pelo menos, já se devia ter habituado –
visitar e elogiar o novo quase centenário Museu Nacional de Machado de Castro;
Coimbra, felizmente, não se envolveu nessa ridícula questão do bebé do ano (o
meu nasceu primeiro que o teu) já que, de facto relevante, é terem nascido
meninos e meninas, embora não no número desejável, um pouco por todo o país; e,
enquanto a S. Silvestre – foi bonito ver tantos, a correr ou simplesmente a
caminhar, a desfrutarem do desporto, atitude que muito aprecio nos outros, mas,
a mim, me cansa imenso – alcançava o máximo de participação com 800 atletas, as
duas iniciativas (não há fome que não dê em fartura) que os poderes autárquicos
promoveram na urbe para, pelo menos em matéria de fogo de artifício, de pólvora
seca, asseverar – se o ridículo matasse… – “despedida apoteótica de 2012 e
saudação clamorosa a 2013”, garantiram, neste tempo de penúria, ampla
participação popular.
António Cabral de Oliveira
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