RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Está
eleito – em ato que decorreu, significativamente, com quebras na participação
da comunidade académica – o Conselho Geral da Universidade de Coimbra.
Encontrados os representantes dos professores e investigadores, dos alunos e
dos trabalhadores, segue-se a escolha das personalidades externas que irão
completar (e uma delas, mesmo, sei mas não entendo bem porquê, presidir) aquele
órgão da maior relevância na gestão das Escolas, designadamente ao nível da
eleição do Magnífico Reitor e da definição das grandes linhas estratégicas da
vida da mais antiga instituição universitária portuguesa. Entretanto, continuo
a julgar que o governo da UC deve caber, exclusivamente, a si própria, e que as
personalidades externas – naturalmente prestigiadíssimas, e cuja opinião sábia,
avisada e influente deve ser tida como efetiva ajuda no encontrar dos melhores
caminhos para se alcançar o inteiro cumprimento da enorme e indispensável
missão que incumbe à universidade –, não deveriam participar no sufrágio. Até
para não se poder contrariar, assim, o exato sentido da vontade maioritária interna
democraticamente expressa pelos corpos das Escolas. E se a Lei não o permite,
se este modelo de Regulamento não servir, altere-se, então, a legislação.
Saldou-se
em manifesto fracasso a hasta pública de lojas e bancas no mercado municipal –
apenas duas de entre a centena levada a licitação – em prova evidente de que,
antes de tudo o mais, e para além do empenhamento, entusiasmo mesmo, do
vereador José Belo, a Câmara tem de encontrar e concretizar novas políticas de
dinamização (sem o descaracterizar) de um equipamento de grande qualidade, que
é, também, um pólo cultural na cidade-não-apenas-betão. Sem saber muito bem
como – mas é para isso que existem especialistas – importa demonstrar à
comunidade urbana as vantagens de comprar no mercado D. Pedro V, levar as
populações o sempre gratificante encontro designadamente com as mulheres e
homens dos campos do arrabalde que ali trazem, ainda, fresquíssimos, e a bom
preço, produtos magníficos. Mercar no mercado tem de se tornar moda, e o
primeiro passo poderá ser dado pelos responsáveis autárquicos, desde o
presidente à totalidade dos edis, ao encontrarem tempo, e sobretudo vontade,
para ali fazerem as suas compras. E quanto gostaria de, amiúde, semanalmente
talvez, lá encontrar, não apenas em períodos eleitorais, os políticos da
cidade…
Pondo
fim a desiderato de duas décadas, estão a decorrer os trabalhos de construção
do nó de Soure à A1, antiga reivindicação daquele município que, justamente,
sempre considerou a obra como estratégica para todo o território de Sicó. Pode
ser que agora, assim com a mão na massa, numa altura em que também foi aberto o
nó que ali liga a A13, a Brisa, ou lá quem seja, aproveite a ocasião para associar
Coimbra-sul à saída de Condeixa, servindo melhor, com o simples acrescento de
uma placa, os automobilistas que não precisam de passar pelo centro da cidade,
como acontece quando são dirigidos para Taveiro. A não ser que a quebra de
portagens naquela dúzia de quilómetros faça muita falta aos seus cofres…
Foram
inauguradas as iluminações de Natal, este ano, como aconselha a crise
persistente, de novo parcamente cingidas às Ruas Ferreira Borges e Visconde da
Luz, escolhidas, no seu significado comercial, para trazer à comunidade algum
calor humano próprio da época. Entretanto, a propósito, e esquecendo por um
pouco a imensa pedinchice que, um cansaço, nos aborda onde quer que estejamos,
não deixe de visitar a feira solidária a favor dos Bombeiros Voluntários de
Coimbra, que hoje decorre, no quartel da corporação, na Fernão de Magalhães,
afinal uma excelente oportunidade para, essencialmente, ajudar uma causa nobre,
auxiliar uma instituição em situação difícil que a comunidade, cada um de nós,
temos a obrigação de apoiar.
Por
fim, regozijemo-nos, aí está a boa nova: o Museu Nacional de Machado de Castro
reabre, magnífico, dizem-nos, na próxima quarta-feira, 13, depois da
inauguração, dois dias antes, pelo Primeiro-ministro. Parabéns, Ana Alcoforado,
e vamos aproveitar, todos, a programação que, abrangente até nos horários, se
anuncia.
António Cabral de Oliveira
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