sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A 29 de setembro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
O Secretário de Estado das Obras Públicas afirmou, em sede do Conselho Regional do Centro, que a autoestrada Coimbra-Viseu é prioridade maior nos projetos do Governo quanto a futuros investimentos rodoviários. Face ao abandono a que se votou a Região Centro, era só o que faltava que o não fosse. A não ser que – e em boa verdade, no meio de tamanho centralismo, já nada me surpreenderia –, depois da construção de tantas AE em redor de Lisboa (e do Porto), ali se começassem amanhã a erguer, também à míngua de território disponível, não vias paralelas … mas sobrepostas!

Na inauguração da Exposição da Candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade, o Magnífico Reitor decidiu descer das suas tecnologias e subir às humanidades para sublinhar – de entre o pouco que, disse, teve já tempo de ler – a influência da Universidade de Coimbra na história de países como o Japão e o Brasil, também a certeza da língua portuguesa ter nascido nas Escolas coimbrãs. O que constitui, para nós, redobrada esperança no seu empenhamento na continuada internacionalização da UC; na sua permanente valorização histórica e patrimonial; ainda, e porventura especialmente, no ganhar de um aliado relevante no combate que urge empreender para que o Museu da Língua Portuguesa tenha, naturalmente, sede em Coimbra (quem sabe se nas então já desativadas atuais instalações da Penitenciária), e não, como entretanto alguns políticos ignaros aprovaram, em Lisboa.

Tornar ainda mais mágica esta em si já mágica cidade, foi o propósito, amplamente alcançado, dos Encontros de Magia, que voltaram a decorrer em Coimbra. Um projeto que, contudo, terá de ir mais além, sem se quedar apenas neste festival – inquestionavelmente importante --, para mostrar atividades também ao longo de todo o ano. Especialmente quando vamos ter novos e excelentes espaços no vasto equipamento cultural que é o Convento de S. Francisco…

Falando de farmácias e de farmacêuticos, agora em período de luto que respeito até pela muita consideração que me merecem tantos desses profissionais que, ao longo dos anos, me habituei a ver serem solidários – e discretamente solidários – com aqueles que, por dificuldades económicas, não podiam aviar as suas receitas quando delas precisavam, uma palavra para a inauguração, em Coimbra, na sede da Secção Regional da Ordem dos Farmacêuticos, do Centro de Documentação Nacional, estrutura com certeza significativa em cidade que, por ser a do conhecimento, deve albergar em si espólios de estudo, nas mais diversas áreas, que sirvam todo o país. E, de facto, como bem reconheceu o Bastonário, “não poderia haver local mais indicado”…

Em favor da baixa e de Coimbra, decorreu, com a entrada do outono, mais uma Noite Branca, iniciativa muito curiosa de que, comprovadamente, os cidadãos gostam. E isso é o que realmente importa, mesmo quando demasiados comerciantes continuam alheados da jornada, perdendo assim oportunidade para, participando na festa, fazerem algum negócio e, talvez sobretudo, mostrarem que há alternativa aos centros comerciais. Afinal, e ao contrário do que se lastimam, mais parece, talvez ainda habituados a tempos áureos e mais fáceis, que continuam apegados a uma baixa que era, especialmente, terreno privilegiado para exibirem vaidades. Que São Pancrácio -- protetor dos comerciantes -- lhes valha…

Na CCDRC, os cortes financeiros estratégicos querem-se concomitantes com estratégicas propostas dos cidadãos para o desenvolvimento regional (que falte o pão, mas não a opinião); a Latada foi antecipada para, nem mais, não interferir com os estudos, o que nos leva a reiterar já antigas propostas, nunca atendidas, de se alterar, para o final das aulas, com o mesmo e justíssimo fim, a data da Queima das Fitas; e, enquanto se encerram estabelecimentos hospitalares psiquiátricos (de louco, todos temos um pouco), parte do Sobral Cid servirá, sempre a mesma imaginação, para um outro … museuzinho!
António Cabral de Oliveira
29 de setembro de 2012

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