sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A 6 de outubro ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR
Continuo sem entender porque é que todas as raras obras que considero terem dimensão ajustada a uma Coimbra de futuro são sempre classificadas por alguns – não poucos, infelizmente – como “elefantes brancos”. Serei eu “grande de Espanha”, ou será, antes, (a Casa da Cultura/Biblioteca Municipal, apenas um exemplo, não é hoje equipamento já insuficiente?) falta de ambição por parte daqueles?

Vem isto a propósito da adaptação do Convento de São Francisco a espaço cultural e de convenções, uma obra formidável (não me ocorre adjetivo mais eloquente), ali na margem esquerda, cuja compra, não se reescreva a história, se deve, personalizando os executivos, a Mendes Silva e não a António Moreira, apesar de ter sido este quem, de facto, a pagou. Ao abrir novos e (com certeza) ditosos horizontes à vida cultural e económica da região, São Francisco é, sem questão, uma excelente aposta da Câmara Municipal, que há de saber organizar de forma exigente e capaz a sua gestão e dinamização. E que os cidadãos de Coimbra têm a obrigação de saber bem usufruir, seja enquanto espaço de utilização social, seja em simples visita…

Por falar em cultura, Coimbra, para além da sua ampla oferta habitual, foi palco de um vasto conjunto de atividades que, em manifestação, justa, contra os cortes nos apoios governamentais, serviram para reivindicar auxílios indispensáveis para se evitar a asfixia. Se, por um lado, importa acompanhar os agentes culturais da cidade nesta sua luta, há, por outro, que assumir, sejamos utópicos, que a cultura tem de caminhar, cada vez mais, para uma autonomia financeira. Com o contributo insubstituível da efetiva participação nos eventos dos muitos que continuam a dizer que em Coimbra não acontece nada … mas que, em boa verdade, não encontramos em qualquer programa cultural.

Quando o próprio comandante se enleva por, li, se sentir “a ganhar, aos poucos, a confiança dos seus agentes”, parece que algo continua mal na Polícia Municipal de Coimbra, uma estrutura, não o esqueçamos em circunstância alguma, que só existe para servir a população. Naturalmente hierarquizada, é, por o ser - e por bem se saber a diferença entre mando e comando -, que não percebo, de todo, estas, chamemos-lhe assim, confidências …

A Associação Nacional de Municípios Portugueses, entidade tão cara à cidade onde está sediada, vive um momento histórico de lamentável e preocupante turbulência política. Consequência direta da crise financeira que se abate sobre o país, também porque é terrível a aproximação do ocaso depois de longos ciclos de liderança no poder autárquico, urge ultrapassar rapidamente tais dificuldades, sempre em favor de uma casa fundamental para a existência de um poder local digno e autónomo, indispensável ao bem-estar e ao progresso dos cidadãos.

Morreu Santana Maia – as minhas homenagens sentidas -, médico prestigiado que a sua classe profissional quis Bastonário, cidadão ilustre que, também enquanto Vice-Presidente da Câmara, Presidente da Assembleia Municipal e Governador Civil de Coimbra, dignificou, em tempos outros, uma outra forma de estar na política. Por igual docente da Faculdade de Direito, Joaquim Sousa Ribeiro sucede, no elevado cargo de Presidente do Tribunal Constitucional, a Rui Moura Ramos, também daquela Escola, eleição que, honrando Coimbra, haverá de reiterar anteriores padrões de excelência. Para concluir, também na promoção turística no estrangeiro o Centro desapareceu do mapa, com as Beiras, bem como todo o restante espaço físico nacional, a serem substituídos, que mais poderia ser, por … Lisboa e Porto. Mas que regionalização turística é afinal esta que, agora, dizem, se estará a concretizar?!
António Cabral de Oliveira
6 de outubro de 2012
 

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