sexta-feira, 4 de julho de 2014

A 7 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Momento enorme para a investigação universitária e para a indústria tecnológica de Coimbra o início dos ensaios clínicos do primeiro medicamento oncológico português. Estudado e produzido na cidade onde, recorde-se, para alguns, nada de relevante acontece. Imenso, pois, o nosso orgulho coimbrão.

Um sistema inovador de provisão de cheias urbanas, sem recurso a radares meteorológicos, logo "financeiramente vantajoso", está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra. Gizado de forma a permitir a identificação mais precoce de inundações, minimizáveis com a colocação de sacos de areia que impeçam o avanço das águas, o processo há de ter, com certeza, grande êxito na cidade, onde não faltam cheias...sequer areia no Mondego. Só ficam a faltar, mesmo, os sacos, e quem os encha...

Justo – serão sempre merecidas as homenagens a quem tanto se devotou pela sua terra – o tributo prestado a Mendes Silva pelo Clube de Comunicação Social de Coimbra. Pena a diminuta participação (qual o futuro de uma cidade com tantas memórias mas tão sem memória?) logo na primeira de jornadas que se pretendem anuais.

Excelente o trabalho de desmatação e limpeza que, indispensavelmente radical, o município tem vindo a executar – novas laranjeiras virão com certeza de seguida, garantindo a imagem tradicional – na margem direita do Mondego, junto ao Parque Verde. E já agora, se não estiver entretanto previsto, será muito pedir para depois se fazer o mesmo nos desprezados terrenos ao lado do Choupalinho?

No final da última reunião da Assembleia Distrital – que deliberou a passagem do seu património para a CIM Região de Coimbra –, muito se devem ter lembrado Manuel Machado e Luís Marinho da velha máxima popular de que quem tudo quer, tudo perde...

Por mais tentativas de justificação que se balbuciem, o que se passou com a distribuição – e só agora começa a ser concretizada – do dinheiro doado (um milhão e meio de dólares) pela administração de Timor para os bombeiros e vítimas dos incêndios florestais do passado ano é uma vergonha que tem de ter responsáveis, sejam eles do ministério da Administração Interna ou das Finanças. Um opróbrio que, para além dos nossos brandos costumes, não pode, também ele, ficar imune.

A obra de Túlia Saldanha está exposta, em retrospetiva, na Gulbenkian, assim se prestando equitativo preito a uma personalidade incontornável (e quero recordar, particularmente, a forma inexcedível e entusiasmada como sempre nos recebia, aos jornalistas) na vida do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.

A Bairrada, os seus espumantes, voltam a marcar encontro com Coimbra, primeiro no Loggia, amanhã nas Piscinas do Mondego, em afirmação de complementaridade e colaboração regional que, de flute bem erguida, importa sublinhar. Cumplicidade...e bom gosto, reconheça-se!

A Brigada de Intervenção, sempre próxima da cidade que a acolhe, tem vindo a comemorar o seu oitavo aniversário; o Dia da Criança, como bem merece a petizada, foi profusamente assinalado; José Eduardo Simões, à "tangente", foi reeleito (por um se ganha, por um se perde) para a presidência da Académica/futebol; mau grado a greve – curiosa a mudança de cores dos camiões de recolha na minha rua, que passaram do amarelo ao branco – estiveram vazios os contentores do lixo; muito bela a imagem criada por António Barros para as celebrações dos 950 anos de D. Sesnando, cujo audioguia foi agora apresentado; a Feira Cultural de Coimbra parece ter provado (apesar das dificuldades inerentes à crise) no seu novo modelo; a banda coimbrã Ararur venceu o concurso Mundial Independent Music Awards na categoria de "Melhor álbum de jazz vocal"; e a propósito da feira medieval que, tão respeitável na sua organização, hoje regressa (não a percamos) ao burgo, no Largo da Sé Velha, lembro, um exagero, a miríade de iniciativas congéneres que agora se multiplicam, em todos os lados, por esse Portugal além...


António Cabral de Oliveira

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