sexta-feira, 4 de julho de 2014

A 31 de maio ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Em viagem pelo Alentejo, e quando nos acercamos de Évora, é imensa a informação sobre a proximidade de cidade Património Mundial. Sucessivas placas, grandes ou pequenas, azuis ou brancas – desafiando-nos, afinal, a uma visita – indicam-no de forma clara e persistente. Em contraste, absolutamente lamentável, com o que acontece com Coimbra, venhamos nós de onde viermos, onde só encontramos o vazio, o zero, o nada em termos de sinalização. E nem o facto de a nossa classificação ser mais recente (contudo, atente-se, já com quase um ano!) pode justificar tanta insensibilidade e desinteresse, tamanha desconsideração por parte da Estradas de Portugal e das concessionárias Brisa e Ascendi. Nem, tão pouco, o alheamento do município...

Ausente de si mesma, Coimbra, entorpecida, continua a não se empenhar nos projetos coletivos que lhe são fundamentais. A manifestação de sábado a exigir a continuação dos trabalhos do Metro Mondego – por onde andavam, o que de tão importante faziam então, apenas um exemplo, os deputados da Nação eleitos pelo círculo? – foi, de tanto, lamentável paradigma. Mas alguns, pelo menos alguns, não desistiremos!

Para o mesmo rio onde se construiu, e muito bem, a escada de peixes do açude-ponte, anunciam-se agora, melhor ainda, três passagens naturalizadas que, complementares, garantem a reabilitação dos habitats piscícolas na bacia do Mondego. Enquanto isso, e paradoxalmente, explique-o quem for capaz, o governo ainda não anulou, em definitivo, a impensável e inadmissível mini-hídrica que, contrariando tudo e todos, manifestamente lesiva de interesses económicos e sociais, se pretende (obrigado José Sócrates) erguer na Foz do Caneiro.

António Arnaut, sobretudo considerado o trabalho desenvolvido na criação do Serviço Nacional de Saúde, foi muito justamente distinguido, esta semana, com a atribuição do título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra. Paralela e venturosamente, decorre a instalação, na rotunda entre os HUC e o Pediátrico, da escultura que vai ficar a perpetuar o nome de Mário Mendes.

Depois de chineses, indianos, filipinos, franceses e japoneses, foi hora, recentemente, do embaixador da Indonésia afirmar a sua intenção de regressar a Coimbra com uma delegação alargada do seu país, que incluirá empresários. Assim, cada vez mais expetantes, pelo menos quantitativamente, continuamos à espera da concretização do primeiro investimento!

Como agora qualquer meio distrito deu em comunidade intermunicipal, e cada CIM, pelo menos aqui por este litoral – Aveiro, Coimbra, Leiria –, adotou o nome de região, o melhor será, porventura, pensando na regionalização administrativa do país, começarmos a equacionar o regresso à antiga designação de província, ficando, assim, as do Norte, Centro (leia-se Beira), Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Para, depois, se algum dia se cumprir aquele desígnio político, não haver ambiguidades...

O aparecimento de vinhos do Dão e da Bairrada entre os melhores – cada região teve três (Pedra Cancela, Casa da Passarella, e Quinta das Marias; Marquês de Marialva, Encontro, e Foral de Cantanhede), distinguidos com a grande medalha de ouro, um dos quais, das Marias, também premiado como o melhor varietal do ano – constituiu o facto mais saliente do Concurso Nacional de Vinhos. Jubiloso, ergo o meu copo…

Estudo chileno destacou, orgulhemo-nos, a Universidade de Coimbra, a par com a do Porto, como as escolas ibero-americanas com maior número de centros de investigação e mais elevada percentagem de patentes internacionais; Ana Abrunhosa foi empossada presidente da CCDRC – é impressão minha ou, apesar da presença de tantos jornalistas, foi mesmo parca a cobertura nacional do evento? –, uma região que, como todos nós, quer mais desenvolvida, culta, qualificada, equitativa e justa; Isabel Namora voltou a ser, pelo menos com coerência, nomeada pelo Conselho Superior de Magistratura para presidir à futura comarca de Coimbra; finalistas do ensino superior foram desafiados pelo Bispo de Coimbra, na Bênção das Pastas, a manter (última a morrer!) a esperança; imperdível, está aí o Jazz ao Centro; e com tanto destaque – três procissões, imagine-se – dado ao programa de 2016 na apresentação das Festas da Rainha Santa deste ano, por momentos até cheguei a recear que, agora, em 14, não houvesse festividades...


António Cabral de Oliveira

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