sexta-feira, 4 de julho de 2014

A 21 de junho ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Se "o governo não está a encarar de forma sustentada, séria e válida o Metro Mondego", só nos resta reclamar, no mínimo, uma mudança da atitude; se há "bloqueios preocupantes", importa, sem detença, que deles nos desembaracemos; se estamos face a uma postura evidenciadora de que "o governo não quer prosseguir a obra", então só temos de exigir o cumprimento do projeto prometido, a reposição, obviamente melhorada, do equipamento que nos foi retirado, também a sua ligação urbana aos hospitais. Com recurso a todos os métodos que politicamente nos sejam possíveis, sempre na certeza, Manuel Machado, de que "não podem ser equacionadas soluções alternativas para ultrapassar" qualquer impasse. E porque não admitiremos, sequer, tamanho ultraje, conte, enquanto presidente do município, connosco. A cidade quer contar consigo.

O primeiro aniversário da classificação de Coimbra – sim, de parte – como Património da Humanidade vai ser, hoje e amanhã, com uma programação balofa, parcimoniosamente celebrado. E, olhando para trás, não podia, em boa verdade, ser de outra maneira. Afinal, comemorar (quando até os próprios turistas ficam surpresos quando acabam por saber, já durante a sua visita, que detemos aquela distinção!) o quê? O que fizemos nós, concretamente, ao longo de todo este ano? Dizer nada, zero, será talvez um exagero. Mas por carência...

A Universidade terá registado um aumento de 20% no movimento turístico, o mesmo acontecendo com a maioria dos museus da cidade. Contudo, hoteleiros e restauradores queixam-se de não sentirem o impacto da classificação de Coimbra como património mundial. Devem estar à espera, agora capitaneados pela AHRESP, de que os clientes lhes sejam servidos numa bandeja. E de prata, de preferência!

Leio que o Município de Coimbra perdeu mais de duas mil pessoas, em 2013, face ao ano anterior. Pior, em termos absolutos, só mesmo Lisboa e Porto. Entretanto, os responsáveis políticos da cidade parecem entretidos com outros "números"...

Depois de tantas já encerradas, o anúncio de nova vaga (só no distrito de Coimbra serão mais, ou melhor, menos 38) de fecho de escolas – obviamente, a grande maioria, em terras mais afastadas das "metrópoles" – levará a questionar, um dias destes, se ainda necessitamos de um ministro da Educação, se um qualquer diretor geral não é o bastante.

Uns partem na convicção de que Coimbra e a Académica são "a minha cidade e o meu clube", outros com a certeza de que "levo a Briosa no coração". Mas, se houver mercado (é a gíria, senhores!), "todos, todos se vão". Tempos houve, outros, em que os valores eram diferentes, e mesmo os melhores, inteligentemente, ficavam...

Nesta nossa terra de orizicultura, de tradição já tão antiga (aqui introduzida, dizem, por D. Diniz), é quase natural que os três melhores pratos de arroz de Portugal – com cogumelos e coelho, de miúdos de cabrito e cabidela de coelho, respetivamente da Mó, do Telheiro e do Cristina –, sejam (de entre mais de 1500 restaurantes concorrentes) do distrito de Coimbra. "Arroz do Mondego, arrozes à nossa mesa" enquanto desígnio gastronómico regional...

Morreu Aurélio Reis, os meus respeitos, decano dos violas de Coimbra e um dos mais relevantes nomes da canção coimbrã; a brutalidade de mais um acidente no IC 2, cerca de Cernache (agora com três mortes e um ferido grave), volta a evidenciar a indispensável e urgente melhoria daquele itinerário, com duplicação de vias e não apenas com a reclamada colocação de um separador; João Vasco Ribeiro preside ao Conselho Geral da Escola Superior de Enfermagem, que continua a querer (quem não quereria?) integrar-se na universidade; arrancaram as obras – já era melhor, agora fica maior – da Unidade de Saúde Familiar Briosa; a Adega Cooperativa de Cantanhede, excelente e modelar nos seus tantos sucessos, celebrou o 60º aniversário; e a Ceirarte, com as suas tradições, artesanato e gastronomia, está de regresso, também hoje e amanhã, à freguesia, ali tão perto, do lado de lá do Mondego.



António Cabral de Oliveira

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