sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A 12 de outubro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Acho lindamente que estudantes estrangeiros escolham a Universidade de Coimbra para aqui concluírem os seus doutoramentos. Mas – olho, surpreso, a fotografia – tenho enorme dificuldade em aceitar que o façam sem o indispensável respeito pelos nossos costumes de antanho. E o traje académico, julgava eu, na cabeça, só admite, e enquanto insígnia doutoral, a borla. Simbolizando, exatamente, a inteligência...

Depois de muitos outros equipamentos, das unidades de saúde às escolas, parece estar chegada a hora, ainda antes dos tribunais, de encerrarem, agora (sobretudo no interior, mas só no nosso distrito serão oito!), repartições de finanças. Tudo em favor, obviamente, do progresso do Povo e do harmonioso desenvolvimento da Nação. Mantém-se, entretanto, a expetativa de no amanhã estarem garantidas, para além dos Açores e Madeira, estruturas descentralizadas ao nível das cidades sede das cinco Regiões-Plano...

A igreja de Coimbra deu início às aulas da recentemente criada Escola de Teologia e Ministérios, a funcionar no (ex?) Seminário Maior da Diocese. Dirigida, à falta de sacerdotes, para a cada vez mais indispensável formação de leigos, a iniciativa, o nosso aplauso, recupera o ensino da teologia – recordam-se do Instituto Superior de Estudos Teológicos? –, enquanto faz regressar às instalações imensas a sua principal, e abandonada, vocação: o ensino.

Cerca de uma centena (!) de pessoas prestou homenagem, em Lisboa, aos bombeiros voluntários e, em particular, aos que morreram no combate às chamas. Sem retirar valor aos, com certeza respeitáveis, propósitos da jornada, por aqui, no país real (como, daquelas bandas, gostam de nos classificar), envergonha-nos a adesão registada. Pelo que nos perguntamos porque é que, lá longe da floresta, mais dados ao alcatrão, não se dedicam, antes, a matérias para que tenham suficiente, e outra, sensibilidade...
Muito bom, a fazer-me lembrar, neste e naquele apontamento técnico, o Ballet Gulbenkian – de enorme e saudosa memória – o espetáculo de dança "3 Coreógrafos", que o Lisboa Metropolitan Arts, com trabalhos dos outrora bailarinos Griggi, Gagik e Benvindo, trouxe ao Gil Vicente. Parecia, com a qualidade e alegria do grupo, o entusiasmo do público, que tínhamos regressado, imagine-se, a antes de 2006...

Leio que o TEUC – este ano a comemorar, não é coisa pouca, os seus 75 anos, o que faz dele, recorde-se, a mais antiga companhia europeia de teatro universitário – teria de levar à cena o seu último trabalho em condições muito particulares, às escuras, por não haver, habitualmente fornecida pelos serviços sociais, eletricidade disponível. Com a proposta de distribuição de lanternas pelos espetadores, assim transformados em verdadeiros luminotécnicos, eis, de novo resplandecente, a imagem do orgulho reitoral nos valores culturais da velha academia...

Impressionante a perenidade do que de mais lamentável a política partidária encerra. Depois da derrota, é ouvir, e ler, as posições, até então dissimuladas, insuspeitadas, que agora se revelam. Um abraço, João Paulo Barbosa de Melo.

Importante para a procura da sua permanente manutenção e requalificação, a Biblioteca Joanina foi inserida na lista de 2014 do Observatório Mundial de Monumentos do World Monuments Fund; 250 judocas, representando 60 universidades de dúzia e meia de países europeus, disputaram em Coimbra – como que deixando antever mais largos voos futuros, os EUSA Games 2018 – o Campeonato da Europa Universitário de Judo; a última Noite Branca registou uma adesão ainda mais fraca (surpresa para quem?) por parte dos comerciantes da Baixa; aviltante fim, foi decretada a insolvência da ACIC; e o Museu Nacional de Machado de Castro comemora, visite-o hoje (e sempre) o seu centenário.


António Cabral de Oliveira

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