sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A 26 de outubro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Manuel Machado, agora empossado, é, de novo, o novo presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Num abraço amigo de parabéns, a minha muita exigência, a nossa alguma expetativa.

É consabido o meu gosto em ir à praça, todos os sábados, onde, para além de encontrar algumas pessoas genuína e humanamente valiosas, adquiro os melhores produtos que algumas vendedeiras, por vezes ainda com terra nas mãos, nos trazem das fazendas que amanham. No que nunca tinha reparado, até há poucos dias, falha minha, é nessa manifestação de filantropia que, ao fim da manhã, se regista em quase todas as bancas e lojas através da doação de produtos aos inúmeros voluntários – também para eles o meu apreço – que ali angariam bens para os mais desprotegidos. Um exemplo, no Mercado D. Pedro V, de discreto bem-fazer.

As telenovelas, agora as brasileiras, para merecerem ser acolhidas, em exposição, pela Universidade de Coimbra, devem ser, com certeza, paradigmas de excelência cultural. Ontem, foram uns tamancos, ou socas, ou lá o que seja, a consagrar (!) a UC enquanto Património da Humanidade. Hoje, isto. Vamos bem...

Coimbra e a chinesa Cantão – curiosamente, apesar da diferença em termos de dimensão, as terceiras cidades de cada um dos países – rubricaram acordo de geminação, que se deseja não seja apenas mais um entre os muitos entretanto já assinados. Paralelamente, foi formalizada a instalação, no iParque, da sede da Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal-China (o que for) de que esperamos não novas EDP's, não se peça tanto, mas algo mais do que as lojas que por aí proliferam...

A criação de um biscoito para ser adotado como produto gastronómico identitário da Linha Defensiva do Mondego é uma curiosa iniciativa, agora a decorrer, da Rede de Castelos e Muralhas desta nossa região. A receita tem de incluir, obrigatoriamente, quatro produtos de uma lista que inscreve a noz, o mel da Lousã, Licor Beirão, queijo Rabaçal, azeite de Sicó, arroz de Montemor-o-Velho, e sal da Figueira da Foz, e o concurso, com inscrições até ao dia 8 de novembro, é aberto a todos, profissionais do setor, escolas e pessoas individuais. Doce, ou salgado? Logo degustaremos...

O Jazz ao Centro celebrou o primeiro aniversário de atividade no Salão Brazil – meio milhar de músicos em mais de 170 concertos é notável! –, espaço que se constitui em âncora relevante na recuperação da Baixa; os VII Encontros Internacionais de Guitarra Portuguesa, organizados pela Orquestra Clássica do Centro, concluem, este fim de semana – não perca –, vasta e diversificada programação; e no Teatro da Cerca de São Bernardo (sempre com a Escola da Noite por perto), pode ainda ver, até amanhã, a peça "As Orações de Mansata", um trabalho do guineense Abdulai Sila no âmbito do projeto P-STAGE, com atores de seis países de língua oficial portuguesa. Tudo, e muito, muito mais, na cidade inteira, cultura, aquela atividade que, para alguns, Coimbra não tem...


João Fernandes, as minhas homenagens, depois de um trabalho notável, de quase três décadas, deixou, desiludido com o centralismo cada vez mais efetivo, o Inatel; a Arcádia, finalmente, abriu – as boas novas são para se propalar – a sua Casa do Chocolate de Coimbra, ali na Calouste Gulbenkian; parece que, entre outras ameaçadas, a república estudantil 5 de outubro (não conheço) fecha portas no fim do mês e, embora aquelas casas já não sejam o que foram, urge salvaguardar essa forma comunitária de vida, única da nossa urbe e academia; e Carlos Cidade, o grande obreiro da vitória socialista para a Câmara, despediu-se, na sua habitual coluna de opinião no DC, com "Um até já": retórico, está bem de ver...

António Cabral de Oliveira

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