sexta-feira, 10 de abril de 2015

A 28 de março ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR
Para celebrar o Dia da Árvore – ainda ver as benfeitorias que a câmara fez, bem, numa das entradas junto ao açude-ponte, e olhar a concretização da excelente ideia da PSP de plantação, no Choupal, de 200 pinheiros mansos –, fui até àquela mata nacional cujo estado de conservação, generalizada e repetidamente, tanto ouvimos criticar. E a surpresa, de todo inesperada, não podia ser maior. É que, ao invés do abandono, mau trato, sei lá que mais, encontrei um espaço limpo, com recentes e muito abundantes plantações de espécies nobres, pontes novas ou arranjadas, enfim, um agradabilíssimo parque verde. De que, para melhor usufruto de Coimbra, me apresso, com enorme satisfação, a dar nova à cidade. Enquanto enalteço o trabalho, excelente e com certeza perene, sempre melhorável, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Viseu não vai ficar de fora e perder centralidade, clama, agora, o presidente Almeida Henriques, a propósito de hipótese da ligação por autoestrada à nossa cidade poder vir a aproveitar (e esse, não foram as politiquices locais, devia ser, naturalmente, entre os itinerários complementares 3 e 5, o grande e único eixo rodoviário da região), o atual IC12. Dizendo que "não se comece agora a inventar outras soluções" – ele, que queria que o prolongamento da A14, por si defendido, ligasse com a A1 a norte ou a sul, mas não, nunca, em Coimbra, poderá estar ("quem mal anda, mal acaba", diz tão bem o nosso povo) "a comer o pão que o diabo amassou".

A Companhia Nacional de Bailado está a celebrar – a importância da memória – o legado dos 50 anos da fundação do Ballet Gulbenkian. Agora em Lisboa, depois em digressão nacional que, custa-me até a crer, não passa por Coimbra, cidade onde se guardam imensas, e tão excelentes, recordações daquela singular instituição de dança, extinta, faz cada vez menos sentido, dez anos atrás. E ainda há quem pergunte para que servirá o Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de S. Francisco...

O presidente da câmara de Montemor-o-Velho, carregado de razão, considerou inadmissível, enquanto obra estruturante para terras do Mondego, a não construção da variante entre Taveiro e aquela vila. Mas julgará Emílio Torrão, também ele, estar o seu município perto de Lisboa, sequer cerca do Porto?

Recente trabalho jornalístico sobre "As cinco poderosas do meio judicial" evidenciava que, de entre elas, apenas a ministra da Justiça não tem ligação com esta cidade porquanto todas as outras – Anabela Rodrigues, Joana Marques Vidal, Elina Fraga e Maria José Costeira – nasceram e/ou estudaram em Coimbra. O que, não querendo significar nada de especial (cá vieram ao mundo, também, grande coisa, sem particular vantagem nossa, o primeiro-ministro e o titular do Desenvolvimento Regional, enquanto algumas outras altas figuras do Estado frequentaram os bancos da mais antiga universidade)...não deixa de ser curioso. Talvez, mesmo, significativo!

O edifício da Reitoria da Universidade do Porto está em obras para receber a grande unidade museológica que reunirá os espólios dos seus museus da Ciência e da História Natural. Em Coimbra, arriscaria dizer, se calhar um tudo nada mais rica em coleções, continuamos – sem dinheiro, sem rasgo e sem querer –, a adiar o que devia ter sido concretizado há anos...

A cidade reviveu, na Alta e em Celas, com aprazimento, a Feira dos Lázaros, recriada pelos grupos folclóricos, bem-hajam, da Casa do Pessoal da Universidade e de Coimbra; estudantes, naturalmente reivindicativos, celebraram, de forma distinta, o seu dia; a melhor natação portuguesa estará entre nós para aqui disputar os campeonatos nacionais, enquanto se anuncia a possibilidade da urbe receber – a valia dos nossos equipamentos – o centro de alto rendimento da modalidade para universitários; Luís Quintais venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro; "Uma vez Coimbra, para sempre saudade", é o lema, bom, da Queima das Fitas; e, a partir da próxima quarta-feira, durante todo o mês de abril, regressam, deliciosos, a percorrer sempre, "Os caminhos da Baixa - o património doceiro de Coimbra".


António Cabral de Oliveira

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