quinta-feira, 16 de maio de 2013

A 4 de maio ACO escreveu ...


RIO ACIMA, SEM MOTOR

Portugal – e é inacreditável o número de incêndios registados esta semana, na região, logo no primeiro dia de algum calor ou, em boa verdade, de menos frio – é, segundo a FAO, o país do mediterrâneo que mais ardeu na última década, com quase 345 mil hectares queimados. Entretanto, depois de mais de 100 mil fogos e tanta floresta destruída, cabe perguntar aos serviços competentes (?), em vésperas de mais um estio, quanta dessa área, desde logo na nossa Beira, foi já reflorestada ou, minimamente, teve tratada a recuperação natural do coberto verde.

Monsenhor João Evangelista, que sempre olharemos como o primeiro guardião da Sé Velha, de que é Pároco, desistiu da sua luta pela união das duas igrejas, a Nova e a Velha, na dignidade catedralícia que considera viável e justa. Agora, depois de tantos anos, vem, em artigo de opinião, para que não percamos todos, como sublinha, reconhecer-se vencido. Pela convicção e persistência com que sempre defendeu o seu sonho, ainda pelo meu convencimento da equidade da sua postura, a expressão de inteira consideração e respeito.

Leio que a Câmara Municipal abriu concurso para (re)instalação de um posto de combustíveis na avenida da Lousã. O que me deixa surpreso porquanto, decerto confusão minha, a ideia era retirar dali aquele equipamento para se cumprir, plenamente, o projeto do parque verde. Mas a minha perplexidade no que respeita a bombas de gasolina não se queda por aqui já que, julgava eu, a instalada na praça Mota Pinto, junto à entrada dos HUC, era para ser deslocada para o cruzamento da Gouveia Monteiro com a Costa Simões e, afinal, depois de obras, apenas mudou de... concessionário. Enfim, mistérios que talvez alguém nos possa e queira esclarecer.

Para celebrar o dia da dança fui – mas, tamanho o despautério, nem quero que se saiba – assistir a um arremedo de qualquer coisa, que não sei sequer definir, ao (necessariamente também responsabilizável) Teatro Académico de Gil Vicente. E foi pena porquanto, se nos queixamos da pouca oferta proporcionada, trazer espetáculos (?!) destes só prejudica uma arte, de facto excelente, que, para além de todos os experimentalismos – e há tantos tão aprazíveis –, tem de ser, em substância, respeitada. O que, ali – aquilo, a meu ver, em termos de dança, é nada –, de todo, não aconteceu. Mas, enfim, pode ser que nos valha a programação, até ao dia 12, do Ano do Brasil em Portugal.

O café Santa Cruz, agora a celebrar o seu 90º aniversário, comemora no próximo dia 7, nomeadamente com a reposição do jantar inaugurador, uma efeméride (lembro Alexandre Marques) que importa sublinhar não só pela longevidade alcançada, seguramente também pela extraordinária atividade social e cultural que a histórica e lindíssima sala – inquestionavelmente uma das mais belas do país – nos vem proporcionando. E até daqui a dez anos...

Varela Pécurto, como se não lhe bastassem os excelentes serviços prestados a Coimbra enquanto correspondente da RTP e, sobretudo, repórter fotográfico – quantas vezes me (nos) valeu nas nossas vidas jornalísticas – doou, agora ao município de Condeixa-a-Nova, à semelhança do que vem acontecendo com outras autarquias, uma coleção de fotografias, ali obtidas, de sua autoria. Um espólio, com certeza magnífico, que fica a registar, assim desconcentradamente, a história e a memória da região.

José Cunha-Vaz, parabéns, foi distinguido com o Prémio Bial de Medicina Clínica pelos seus trabalhos em retinopatia diabética; na antiga sede da ACIC, de saudosa memória, para o que havíamos de estar guardados, quer-se instalar, imagine-se, um business center; o Portugal dos Pequenitos é, relevante, um dos roteiros que a Google disponibiliza no Street View; e Gal Costa, ótimo, estará entre nós para um espetáculo no dia 6 de julho, incluído nas Festas da Cidade, assim voltando Coimbra a integrar, justamente, o circuito nacional de digressões europeias.

Está aí a Queima das Fitas, festa maior – seguramente marcante para muitos, no melhor tempo das suas vidas – dos estudantes da velha academia. De que se espera consigam, amanhã, pelo menos, bem recordar-se...

António Cabral de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.