RIO ACIMA, SEM MOTOR
Portugal – e é inacreditável o
número de incêndios registados esta semana, na região, logo no primeiro dia de
algum calor ou, em boa verdade, de menos frio – é, segundo a FAO, o país do
mediterrâneo que mais ardeu na última década, com quase 345 mil hectares
queimados. Entretanto, depois de mais de 100 mil fogos e tanta floresta
destruída, cabe perguntar aos serviços competentes (?), em vésperas de mais um
estio, quanta dessa área, desde logo na nossa Beira, foi já reflorestada ou,
minimamente, teve tratada a recuperação natural do coberto verde.
Monsenhor João Evangelista, que
sempre olharemos como o primeiro guardião da Sé Velha, de que é Pároco,
desistiu da sua luta pela união das duas igrejas, a Nova e a Velha, na
dignidade catedralícia que considera viável e justa. Agora, depois de tantos
anos, vem, em artigo de opinião, para que não percamos todos, como sublinha,
reconhecer-se vencido. Pela convicção e persistência com que sempre defendeu o
seu sonho, ainda pelo meu convencimento da equidade da sua postura, a expressão
de inteira consideração e respeito.
Leio que a Câmara Municipal abriu
concurso para (re)instalação de um posto de combustíveis na avenida da Lousã. O
que me deixa surpreso porquanto, decerto confusão minha, a ideia era retirar
dali aquele equipamento para se cumprir, plenamente, o projeto do parque verde.
Mas a minha perplexidade no que respeita a bombas de gasolina não se queda por
aqui já que, julgava eu, a instalada na praça Mota Pinto, junto à entrada dos
HUC, era para ser deslocada para o cruzamento da Gouveia Monteiro com a Costa
Simões e, afinal, depois de obras, apenas mudou de... concessionário. Enfim,
mistérios que talvez alguém nos possa e queira esclarecer.
Para celebrar o dia da dança fui
– mas, tamanho o despautério, nem quero que se saiba – assistir a um arremedo
de qualquer coisa, que não sei sequer definir, ao (necessariamente também
responsabilizável) Teatro Académico de Gil Vicente. E foi pena porquanto, se
nos queixamos da pouca oferta proporcionada, trazer espetáculos (?!) destes só
prejudica uma arte, de facto excelente, que, para além de todos os
experimentalismos – e há tantos tão aprazíveis –, tem de ser, em substância, respeitada.
O que, ali – aquilo, a meu ver, em termos de dança, é nada –, de todo, não
aconteceu. Mas, enfim, pode ser que nos valha a programação, até ao dia 12, do
Ano do Brasil em Portugal.
O café Santa Cruz, agora a
celebrar o seu 90º aniversário, comemora no próximo dia 7, nomeadamente com a
reposição do jantar inaugurador, uma efeméride (lembro Alexandre Marques) que
importa sublinhar não só pela longevidade alcançada, seguramente também pela
extraordinária atividade social e cultural que a histórica e lindíssima sala –
inquestionavelmente uma das mais belas do país – nos vem proporcionando. E até
daqui a dez anos...
Varela Pécurto, como se não lhe
bastassem os excelentes serviços prestados a Coimbra enquanto correspondente da
RTP e, sobretudo, repórter fotográfico – quantas vezes me (nos) valeu nas
nossas vidas jornalísticas – doou, agora ao município de Condeixa-a-Nova, à
semelhança do que vem acontecendo com outras autarquias, uma coleção de
fotografias, ali obtidas, de sua autoria. Um espólio, com certeza magnífico,
que fica a registar, assim desconcentradamente, a história e a memória da
região.
José Cunha-Vaz, parabéns, foi
distinguido com o Prémio Bial de Medicina Clínica pelos seus trabalhos em retinopatia
diabética; na antiga sede da ACIC, de saudosa memória, para o que havíamos de
estar guardados, quer-se instalar, imagine-se, um business center; o Portugal
dos Pequenitos é, relevante, um dos roteiros que a Google disponibiliza no
Street View; e Gal Costa, ótimo, estará entre nós para um espetáculo no dia 6
de julho, incluído nas Festas da Cidade, assim voltando Coimbra a integrar,
justamente, o circuito nacional de digressões europeias.
Está aí a Queima das Fitas, festa
maior – seguramente marcante para muitos, no melhor tempo das suas vidas – dos
estudantes da velha academia. De que se espera consigam, amanhã, pelo menos, bem
recordar-se...
António Cabral de Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.