Num blog bastante hilariante, com o insólito nome "é tudo gente morta", a "inspirada" autora, num post intitulado "Lemos o que não somos ou não queremos ser" tece considerações da maior "profundidade" como as que de seguida se reproduzem:
"Desde cedo tive a noção de que o que lia me revelava muito daquilo que eu era ou gostaria de vir a ser, através das heroínas que me agradavam e inspiravam, mas também muito do que eu não era e de modo algum quereria ser, por via daquelas outras protagonistas que me desgostavam, enervavam e, não raro, constrangiam. E foi justamente por estas que aqui decidi começar a minha resposta ao desafio lançado pelo Manuel".
Bom, abençoado Manuel (quem quer que seja) que não só permitiu estes desabafos a Joana Vasconcelos como, acima de tudo, deu azo a que as amigas da mesma pudessem acrescentar-lhes os seus comentários. Destes, interessa-nos um em especial, da lavra de Margarida Costa Gomes. Num comment do passado mês de Julho, escrevia ela:
" Olá,
Já conseguiste encontrar a Maria da Lua? Lembrei-me de uma colecção de seu nome “Boutique”, que devorei a partir de 75. A maior parte eram traduções de romancezinhos franceses. Mas também havia 2 volumes de uma escritora portuguesa (Maria Natália Lima, será?) de seus títulos: “Os outros e Eu” e “A Liberdade e Eu”. Bastante mais realistas, principalmente o segundo. Mas eu já era uma vendida à Odette de S. Maurice e à Berthe Bernage. E digo-te que depois da sua morte, esta última deixou uma continuadora que prosseguiu com mais uns 20 livros da saga Brigitte. Sabias que a Rosalina tinha uma 4ª filha no alvor dos seus 40 anos (o que a deixava muito embraçada)? Que o Dani morre a Rosalina casa em segundas núplicas com um castelão? Que o Patrick casava com uma prima do Sylvain? Que a Maria Inês tem 4 filhos todos rapazes, entre eles uns gémeos (para continuar a tradição familiar? Quando a outra se fartou de escrever, já a Brigitte tinha bisnetos (e a Verónica usava make up — que ousadia"~
Quando li isto, não deixei de me lembrar o quão fã MNL fora de Berhe Bernage (com quem, inclusive, chegara a trocar correspondência e alguns textos). Mas... não seria Brigitte uma heroína um tanto ultrapassada em comparação com Nela? É que, enfim (e se bem me lembro) o sonho de Brigitte era casar com "Olivier, o pintor cristão". Nela, filha de outra geração, já tinha preocupações mais abrangentes!!
Como teria reagido MNL a esta (tonta, sem dúvida) comparação da sua obra com a da produtiva B. Bernage? Teria gostado que, apesar de tudo, e na cabeça desta Margarida Costa Gomes, Brigitte fosse, para as raparigas portuguesas dos late 6o's e early 70's, um modelo mais apelativo do que Nela?
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