RIO
ACIMA, SEM MOTOR
"Faça-se", terão dito, cansados de tanto esperar, os
presidentes das câmaras de Coimbra e de Viseu aquando da apresentação do
corredor de ligação em autoestrada entre as duas cidades. E eu com eles.
Salvaguardando embora, acrescento de minha parte, quando olho sobretudo os
interesses da região, a indispensável passagem pela Mealhada – assim fechando a
circular regional externa – e (deixem lá a duplicação do IP3 entre a Aguieira e
Santa Comba) por Mortágua, bem como a união da " Via dos Duques" a
partir de Nelas. Passando o IC37 a ligar Mangualde a Seia.
Não, senhores do governo. O que a cidade quer não são obras de
manutenção do, como bem diz Manuel Machado, atual apeadeiro. O que Coimbra
exige é, finalmente, moderna e fomentadora de desenvolvimento, uma nova estação
ferroviária. Mas porque, entretanto, se persiste (este e, afinal, todos os
executivos centrais) em não se investir por aqui, talvez seja tempo, mais do
que tempo de assumirmos, com coragem, decisões sempre desagradáveis. É que, se
calhar, isto já só lá vai, mesmo, pondo o país a ver os comboios...a não
passar!
O ministro da Saúde, justíssimo, veio medalhar com ouro – um
abraço Manuel António – também o IPO de Coimbra. E aproveitou para referir
relevantes investimentos, na cidade, no sector que tutela, desde novos e
indispensáveis equipamentos médicos à modernização de fundamentais unidades de
tratamento de ar do CHUC, da expansão do Centro de Oncologia à dotação dos
primeiros 4,5 milhões de euros para a nova maternidade. Benditos tempos
eleitorais, estes...
Anteriormente, foi o sítio UNIPLACES a considerar Coimbra como a
segunda melhor cidade universitária europeia para visitar durante as férias,
depois de Salamanca, e antes de Pádua, Nottingham, Lovaina, Bamberg, Maastrich
e Rennes, enquanto sublinhava a nossa História, o Património Mundial, a beleza
dos edifícios universitários, a Biblioteca Joanina, as catedrais – a Sé Nova e
a Velha – e o Jardim Botânico. Agora, o European Best Destinations a revelar as
"pérolas escondidas da Europa 2015", de entre as quais Coimbra,
nomeadamente pela sua "mística muito especial". Soubéssemos nós – não
é verdade Pedro Machado? – bem aproveitar…
Admitindo-o embora, nunca quis acreditar que mais um pequeno
incidente de um comboio de mercadorias na linha da Beira Alta servisse de
pretexto para os arautos de sempre, Aveiro e Viseu, mas também, imagine-se,
associações empresariais do Porto e do Minho!, viessem (ao que se desce, Deus
meu), julgar assim "comprovada" a necessidade de um novo corredor
ferroviário entre as duas cidades beirãs. E eu a pensar que o indispensável
era, são, inadiáveis e urgentes, as já estudadas e profundas obras de
modernização do atual traçado.
Em ato de absoluta indigência mental, estudantes de Coimbra,
trajando capa e batina, solicitam, a troco de postais ou fotografias, o que
seja, dinheiro a turistas. Não sei se (ainda ou já) é proibida a mendicidade no
nosso país. Mas este esmolar, que justamente tanto incomoda a Universidade
quanto a maioria de todos nós, não pode continuar a ser permitido.
O PS, enquanto não é governo, apresentou em Viseu, e a Beira
agradece, um "Compromisso pelo Centro"; muito bem a alteração das
passadeiras nas ruas Carolina Michaellis e Egas Moniz, na Solum, agora
semaforizadas e mais seguras; o fogo a rondar – mas quem se surpreende com o
'ordenamento' florestal que por aí temos no arrabalde? – outra vez a cidade; o
livro é, belíssima escolha, o tema da próxima edição da Semana Cultural da UC;
sempre a tempo, parabéns a Ana Alcoforado pelo aumento em cerca de 40% do
número de visitantes do Machado de Castro no primeiro semestre do ano; no
quadro da notável melhoria daquele espaço verde, a gestão do Centro de Lazer do
Choupal passa a ser assegurada pelo Clube de Tenis; e o Conservatório de
Música, em perfeito aproveitamento de sinergias regionais, vai abrir, assim
cumprindo responsabilidades suas, um pólo na Sertã.
António Cabral de Oliveira
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