RIO
ACIMA, SEM MOTOR
O ensino superior em Coimbra tem coisas muito, muito curiosas.
Como aquela do Politécnico ter o sonho de vir a ser universidade regional,
exatamente o pesadelo que tanto inquieta – transformar-se, à míngua de alunos,
numa tal escola – o magnífico reitor da mais antiga Universidade. Só quase
faltaria (como se tal fosse possível!!) termos, um dia destes, a Universidade
Politécnica da Região de Coimbra. Valha-lhes Deus. A ambos.
O município do Porto e o Governo chegaram a acordo, depois de
querelas antigas, sobre um conjunto de medidas reivindicadas, muito bem, pela
autarquia, no valor de 40 milhões de euros, envolvendo o pagamento de terrenos
do aeroporto (aqui não há), acerto de contas nos transportes urbanos, que por
igual temos, e do financiamento – ainda nos próximos cinco anos – da Sociedade
de Recuperação Urbana, de que, pelo menos institucionalmente, também dispomos.
É o que se chama de força política. Que uns têm, outros não.
Helena Freitas em Coimbra, Maria Manuel Leitão Marques em Viseu,
lideram as listas socialistas para as próximas legislativas. A força de duas
mulheres (e Anabela Rodrigues, será cabeça de lista do PSD?) de cuja ação
política muito espero – e minhas Caras, em nome da Beira, também exigirei –
nesta cidade que tantos dizem, atoleimados, vazia de valores. De género,
porventura...
A Fundação CEFA foi extinta. O Centro de Estudos e Formação
Autárquica, que passa, enquanto instituição, cremos que com vantagem, para a
Associação Nacional de Municípios Portugueses, felizmente, não. E continuaremos
a ter na cidade, onde foi fundado há 35 anos, ensino e, espero, investigação
para, através de uma permanente qualificação dos recursos humanos, se alcançar,
sempre, um melhor poder local. Talvez em (desejável) estreita ligação com a
Universidade de Coimbra, que teve na sua faculdade de Economia, recorde-se, uma
escola pioneira em Portugal em tal sorte de trabalhos de análise científica e
aprendizagem.
Assim defensor estrénuo da sua "região", Álvaro Amaro
diz que a instalação na Guarda!!! da sede da Águas de Lisboa e Vale do Tejo –
de que entretanto foi feito presidente da Assembleia Geral – é sinal de
"coragem política" do atual governo. E eu a pensar que tal atitude,
de tão indesmentível fachada, era, perante o desvio das águas beirãs para a
capital, e face à nova machadada para o desfazer da Região (aqui sem aspas)
Centro, era, sublinho, apenas o bolo com que se engana o...
A Infraestruturas de Portugal – estranho nome da empresa pública
que fundiu a Estradas de Portugal e a Refer – vai investir nos próximos cinco
anos, em pequenas obras de simples manutenção, 414 milhões de euros na
ferrovia, sendo que o maior volume, 66.3 milhões, será aplicado na linha da
Beira Alta, mas apenas para reparar o carril danificado com os descarrilamentos
de 2014. Espantosa é, assim, a afirmação da IP quando diz que esta intervenção
(de facto já não há vergonha alguma!), vai "contribuir para aumentar a
competividade da economia e das exportações nacionais" . Tanto, tanto, diria
eu, que o despropositado projeto de uma nova ligação Aveiro-Viseu, mesmo para
os que ainda acreditavam nele, fica definitivamente condenado a isso mesmo: ser
uma onerosa, desnecessária e peregrina ideia de afirmação política pessoal de
alguns. Os de sempre.
Depois dos corretos Colinas, bairradinos da Idealdrinks,
provados no Grande Hotel do Luso, o produtor João Barbosa veio a Coimbra, ao
restaurante Várzea Ibérica, pela mão da Hotur Wine, para desobscurecer, com os
seus belíssimos Ninfa, os vinhos de terras de Lisboa. Mas porque continuam postergadas,
questiono-me, ambas as regiões vinícolas?
A Universidade de Coimbra, sempre
recompensador, voltou a subir no ranking Scimago, que avalia desempenhos ao
nível da investigação, inovação e visibilidade web; um parque empresarial
poderá nascer na antiga Ceres; parabéns Lousã por um dos prémios Município do
Ano para a Região Centro; enorme o sunset – porque não lhe chamaremos pôr de
sol? – que levou milhares à Figueira da Foz; e está aí, a todo o pano,
imperdível nas suas tantas manifestações culturais, o Festival das Artes.´
António Cabral de Oliveira
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