RIO
ACIMA, SEM MOTOR
"Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes",
concluiria eu sobre os aspetos regionais da entrevista de Passos Coelho a este
jornal. Outra promessa de insuficiente solução, para breve, diz, quanto ao
Metro Mondego; uma pequena obra – feita por presos – na penitenciária (era uma
construída de raiz, lembram-se?); novo adiamento, por exemplo, das instalações
para a PJ e GNR; o disparatado albergar de algumas seções do tribunal (para
quando o indispensável Campus da Justiça, na rua Figueira da Foz?) no antigo
Pediátrico, que julgava destinado ao Centro para o Envelhecimento Ativo e
Saudável; sobretudo o ensurdecedor silêncio quanto a projetos como a estação de
comboios, regeneração urbana, modernização da estrutura ferroviária regional,
conclusão do plano rodoviário da Beira, aeroporto de Monte Real, o anúncio de
políticas de desenvolvimento. Mas porque será, Deus meu, que em Coimbra – para
além da coincineração – nada se faz, ou faz-se tarde e de forma atamancada?
Enfim, adaptando o título de livro de Erich Maria Remarque, ao Centro, nada de
novo.
Já começaram a aparecer, finalmente, placas de sinalização
rodoviária com a indicação de Coimbra Património Mundial. Agora só falta
colocarem outras, junto, que expliquem o símbolo…
Voltemos aos rankings das melhores universidades, de novo ao da
CWUR (Center of World University), que, depois de Lisboa (sobe do lugar 278
para o 257) e do Porto, que desce de 290 para 308, coloca Coimbra na terceira
posição, com uma subida da posição 545 para a 507. Aveiro, Nova de Lisboa, Minho
e Algarve são as restantes nacionais referenciadas, em seriação onde surgem,
nos primeiros cinco lugares, as universidades americanas de Harvard, Stanford e
MIT (Massachusetts), seguidas das inglesas Cambridge e Oxford, todas não
sediadas, Magnífico Reitor, em cidades grandes. Contudo...de excelência, como
aspiramos.
Receando que de outras bandas não venha melhor, olho o processo
de constituição da lista de candidatos do PS às próximas legislativas, os nomes
aprovados pela Federação Distrital de Coimbra, a correção final imposta, e, vá
lá saber-se porquê, quedo-me perplexo. E volto a perceber, muito claramente,
reforçadamente, as razões pelas quais os partidos estão como estão, o
parlamento se desqualifica, a cidade e região continuam a perder influência
política.
Julgo lembrar-me de ter ouvido dizer, um dia, que, numa ótica de
aprendizagem inovadora e pioneira, se iriam realizar julgamentos na UC, no
Colégio da Trindade, assim transformado em tribunal-âncora universitário,
judicial e europeu, para o que foi, mesmo, em 2006, estabelecido um acordo com
o ministério da Justiça. Afinal, agora, e para tanto foi até ratificado
protocolo entre a Faculdade de Direito e o Centro de Estudos Judiciários,
limitar-nos-emos, na entretanto apenas Casa da Jurisprudência, à realização de
simulações. Mas, se calhar, do mal, o menos!
A Câmara Municipal, a par de
alterações cerca do Jardim da Manga, vai aumentar a área pedonal na zona da
Praça da República, designadamente através do alargamento dos passeios junto
dos cafés Moçambique e Académico, também – hoje Chiado, para quem não saiba –
do antigo Mandarim. Acho bem. Mas acharia muito melhor se o sequente corte no
estacionamento o fosse de forma total...depois de construído (que será feito do
projeto?) o parque subterrâneo.
O enorme – e para mim mesmo surpreendente em termos de grandeza
– êxito do vídeo mapping que a universidade promoveu no âmbito das celebrações
dos seus 725 anos é a prova provada (parabéns Clara Almeida Santos) da resposta
de Coimbra e região a iniciativas de qualidade. Mesmo as de âmbito cultural,
acentuo, tão mal tratadas por tantos. E ainda há quem receie a dimensão do
Convento de S. Francisco...
Condeixa, justíssimo, homenageou Jorge
Bento com a Medalha de Honra do Município e a atribuição do nome do anterior
presidente da câmara à biblioteca; António Vilhena, para além de filiações
partidárias ou de ritos – e acredito sinceramente num bom mandato – será,
"secreto", o novo curador da Casa da Escrita, que vai passar a ter,
muito bem, uma Sala Eduardo Lourenço; a Região Centro e o alemão Biocon Valley
vão trocar experiências na área da economia da saúde; depois de pioneira na
utilização dos poluidores e barulhentos tuk tuk, chegaram à cidade, preferíveis,
os primeiros daqueles veículos elétricos; e Coimbra (a não faltar, até
terça-feira) continua a usufruir, um privilégio, de momentos culturais
magníficos no Festival das Artes.
António Cabral de Oliveira
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