RIO
ACIMA, SEM MOTOR
O secretário de estado dos Transportes afirmou, dias atrás, na
cidade de Viriato, que a Refer está a analisar a proposta apresentada pela
Plataforma A25 que preconiza (outro Vouguinha?) uma nova ligação ferroviária
Aveiro-Viseu-Salamanca, um corredor paralelo em detrimento da oblíqua atual,
otimizadora, esta, da estruturação do território. E não deixaria de adiantar,
isentíssimo, sem especificar se defende a recuperação do eixo a partir da
Pampilhosa, a sua "muita confiança...em que tenhamos um misto entre
requalificação da Linha da Beira Alta e uma parte de traçado novo". Queira
Deus, depois do disparate, técnico e geográfico, que foi a transformação do IP5
na espécie de autoestrada que aí está, que quem de direito, nos seus estudos,
esquecendo também a efetiva redução dos custos financeiros, não venha, em
desfavor das populações hoje servidas, a privilegiar alguns interesses
políticos paroquiais. Sem atender, sobretudo, à certeza de que a não manutenção
integral daquela linha, da Figueira da Foz a Espanha, e que serve naturalmente
todos os objetivos por que clamam os portos de mar, ditaria, em absoluto, o fim
do chamado Centro enquanto unidade regional. Que, se calhar, é o que pretende o
governo, apostado no país bicéfalo, ainda, inacreditavelmente, determinados
autarcas que, sabe-se bem porquê, mas não em defesa da Beira, continuam a
falar, sempre, na região(?) centro/norte!!!
A assinatura do protocolo entre a Universidade de Coimbra e o
Município de Mira para a criação do Centro de Estudos do Mar é, com certeza, da
maior importância para ambas as instituições, mas em especial para a nossa
região. Sobretudo quando se atenta no relevo económico daquele recurso, nos
saberes instalados na UC, também na inadiável e permanente necessidade de uma
investigação científica que nos leve – é bom não perdermos de vista os exemplos
nórdicos – a outros e mais ricos horizontes. E tudo se conjugará, assim e
enfim, para podermos vir a retirar todas as vantagens (fica a faltar, em termos
regionais, um outro e indispensável polo na Figueira da Foz, ainda a
comparticipação de instituições como a Universidade de Aveiro e o Instituto
Politécnico de Leiria) das tantas potencialidades de que dispomos. Isto se, com
muito trabalho, exigentes, sem "quintinhas", municipais ou académicas,
todos nos empenharmos nesse projeto comum. Indispensavelmente.
Quase nada – porventura a par da leitura de um bom livro ou de jornal
escorreito, também de um vinho bem feito ou de charuto sem mácula – pode, para
mim, superar o deleite, imenso, de, sozinho, em invejável tranquilidade,
percorrer os excelentes espaços do Museu Nacional de Machado de Castro.
Contudo, face ao número de visitantes agora conhecido, relevante mas ainda
insuficiente (62.301 ao longo de todo o ano passado), tenho, temos todos, de
abandonar atitudes assim algo egoístas para, em colaboração cívica
indispensável, ajudarmos, cada um de nós, a levar ali, a franquear a mais
cidadãos, de Coimbra e de fora, as portas daquela, orgulho nosso, instituição
cultural. Depois, e só depois, talvez possamos – ou se calhar devamos —
continuar, como eu, a desfrutar esse gosto solitário de bem apreciarmos, então
de novo sós, tão notável património.
Estive na apresentação, na Guarda Inglesa, dos dois primeiros
"novos" autocarros, adquiridos em segunda mão, para "rejuvenescimento”
da frota dos transportes urbanos, também para assistir a um vídeo sobre um
sistema contra incêndios (pelo relevo dado, é assim tanto o receio?) com que as
viaturas vêm equipadas. E, compreendendo embora as razões da opção, dei comigo
a recordar antigo amigo que defendia, sustentado nas sequentes e normais
avarias, que não tinha dinheiro para comprar carros velhos. Sinceramente, já vi
a câmara gastar dinheiro muito mais mal gasto do que o seria esse...
José Quitério, percursor exigente da crítica gastronómica na
imprensa portuguesa, venceu, prestigiante, o Prémio Universidade de Coimbra;
parece-me bem, muito bem mesmo, a criação, congregando as faculdades de Farmácia
e de Medicina, da licenciatura em Ciências da Nutrição; a Escola de Enfermagem
passa a albergar – uma nova vocação de Coimbra "capital da saúde"?–
um call center para atendimento sobretudo de casos de gripe; Bruno Matias, boa
sorte, que bem precisa é, tomou posse enquanto presidente da AAC; a melhoria da
capacidade de formação de bombeiros, na Lousã, é informação que se saúda; foi
com certeza um êxito (no domingo, no Confrade, para seguir a tradição, só tinha
mesa, imagine-se, para as 15:30 horas) a Semana da Chanfana, parabéns, na
capital universal da dita; e, é notícia, embora para a Taça da Liga, a
Académica, frente ao Rio Ave, ganhou um jogo.
António Cabral de Oliveira
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