domingo, 15 de março de 2015

A 14 de fevereiro ACO escreveu ...

RIO ACIMA, SEM MOTOR

Sem que ninguém se tivesse sequer apresentado como alternativa à presente governação, João Gabriel Silva continua, não com unanimidade dos votos, Reitor da Universidade de Coimbra até 2019. Mas, desta feita, a (re)eleição do Magnífico, em função da apresentação da candidatura única, não mostrou discrepâncias com a vontade maioritariamente expressa pelos corpos próprios da Escola. Escreveu-se direito por linhas tortas. Fruto das circunstâncias, a efetiva influência eleitoral das chamadas personalidades externas do CG na vida dos antigos Estudos Gerais ficou, agora, reduzida a zero. Ainda bem.

O novo – e primeiro – cardeal de Cabo Verde, D. Arlindo Furtado, recordou, em entrevista ao semanário diocesano, os nove anos que passou em Coimbra enquanto aluno do (ex?) Seminário Maior e professor do dissolvido ISET. Lembrando uma urbe que "me ajudou a crescer e a formar-me, onde tenho muitos amigos e boas experiências ao nível humano, social e eclesial", o purpurado lamentaria, em síntese, o desmoronar da capacidade de formação religiosa de Coimbra (os alunos do seu país passaram para Lisboa), também o fecho do Instituto Superior de Estudos Teológicos, que, dizia, "espero volte a reabrir" numa cidade "sede de muitos tipos de formação humana, intelectual e científica", assim empobrecida. Apáticos, tudo perdemos...

Para o secretário de estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, "os recursos europeus não irão faltar ao serviço das boas estratégias dos territórios". Logo, a autoestrada Coimbra-Viseu e o aeroporto em Monte Real, apenas dois projetos aqui na nossa menosprezada Beira, não são, na "lógica" governamental, remetida a sua construção para capitais privados, estrategicamente...bons!

Numa iniciativa de hábil e, julgo, não muito dispendiosa ação de promoção comercial, com certeza bem assumida pelas populações e autoridades, a vila do Luso alterou, por quatro dias, com gás, a sua designação toponímica. Por aqui, lembro-me a propósito, não há placa que se veja anunciando, não singela água, antes relevante património mundial. Mas isso, seguramente, são outras tabuletas, sinais diversos...

A Direção Geral das Artes, assim "equitativa", lançou um qualquer concurso para o que dispõe de verbas de 1,4 milhões de euros para Lisboa e Vale do Tejo, mais de um milhão para o Norte, e de 350 mil euros, respetivamente, para o Centro, o Alentejo e o Algarve. De facto, alguns são mais iguais que outros. Como os animais, na obra de George Orwell.

Patrícia Lucas, jornalista da RTP que se especializou em assuntos criminais, assinou, um dia destes, no primeiro canal – mantendo-se afinal na área onde se sente mais à vontade, o crime, no caso de lesa populações – um belo trabalho (parabéns) sobre o antigo Ramal da Lousã ou o novo não Metro Mondego. E será, pergunto-me, que nem perante as evidências ali, de novo, mostradas a Portugal inteiro, os governantes deste país têm vergonha?...

A "Linha Continente" anunciava convites duplos (por óbvio condicionados ao volume de compras) para cinemas de Lisboa e Porto. Sendo certo que aquela rede de supermercados tem em Coimbra, de grande e média dimensões, várias superfícies comerciais, ainda seguro que a urbe dispõe de salas, muitas, para ver filmes, porque não incluir também a cidade em tal sorte de promoções? É que, para bicefalia, já nos basta a política...

Gostei de saber – ficamos à espera, Patrícia Viegas Nascimento, de informação mais precisa da parte da FBB – que o Portugal dos Pequenitos, a comemorar o 75º aniversário, vai fazer um "grande investimento de expansão", incluindo, porventura, quem sabe, quero admiti-lo, abertura à Europa; a câmara, com certeza para os funcionários bem poderem celebrar uma 'fortíssima' tradição concelhia, decretou tolerância de ponto para o dia de carnaval; produtores e vinhos da Bairrada – Quinta das Bágeiras e Vadio –, estiveram, orgulho nosso, em destaque nos prémios da Wine/A Essência do Vinho; o Bolo de Ançã, bem, quer ser certificado, mas com o desvario que vai por aí, mais valia começarem a pensar candidatá-lo a Património da Humanidade; e, bem curioso o projeto "sabão com arte" com que um grupo de empenhadas entidades, enquanto nos propõe um bom cheirinho coimbrão, quer, através da criação de emprego, fazer a inclusão social de jovens mais vulneráveis.

António Cabral de Oliveira

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