RIO
ACIMA, SEM MOTOR
"O que os meus olhos não veem...meus amigos me
contam", diz antiga e popular expressão, para logo acrescentar, ainda, que
"a minha mente imagina de um jeito três vezes pior". Não sei bem (a
reunião foi convenientemente extraordinária, logo fechada aos jornalistas) se
terá sido assim mesmo, mas a acreditar no que se ouve e lê, não correu bem,
nada bem mesmo, a aprovação, por parte do executivo camarário, das Grandes
Opções do Plano e do Orçamento para 2016. E, volto a insistir, é uma pena.
Imensa. Em razão dos valores da democracia, sobretudo da Liberdade.
Está aí, para usufruto de todos nós – que não apenas dos que
habitamos a urbe – a Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra. Com um vasto
conjunto de ações, chamemos-lhe assim, mais ou menos ao gosto de cada um,
sempre discutíveis, contudo inquestionavelmente importantes. Apreciarei melhor,
naturalmente, esta ou aquela, posso até sublimar uma e execrar outra. Mas o que
releva é ter-se organizado, com padrões de exigência e qualidade, em iniciativa
muito válida, a Anozero. Juntando e cotejando o antigo e o moderno, sempre em
favor dos nossos, tantos, patrimónios. Aqueles (lembram-se?), os de uma
"Cidade de Futuro com História".
A Câmara quer devolver aos seus munícipes uma parte – num total
próximo de 1,2 milhões de euros – que resultam da redução para 4,5 dos 5% do
todo que lhe cabe da cobrança do IRS. E parece que o poderá fazer sem prejuízo
da governação da cidade. Continuo, porém, convencido que tais atenuações, estes
sempre tão agradáveis aconchegos às nossas bolsas, deveriam, antes, ter origem
na administração central e não no poder local, já tão causticado, em si mesmo,
também financeiramente, pelos governos. Mas deve ser um custo da proximidade.
Proximidade política, está claro!
O município, a par de alterações junto do Jardim da Manga,
entretanto quase concluídas (será, Manuel Machado, que não caberia ali, na
calçada larga, sequer uma árvore, arbusto que fosse?), deu início às obras para
o aumento da área pedonal na zona da Praça da República, que incluem,
designadamente, o alargamento dos passeios vizinhos aos cafés Moçambique e
Académico, também do (hoje Chiado) antigo Mandarim. Acho bem. Mas acharia muito
melhor se o sequente corte no estacionamento o fosse de forma total...depois de
construído (que será feito do projeto?) o parque subterrâneo.
De acordo com a entidade regional, o turismo de Aveiro terá sido
o que mais cresceu nos primeiros oito meses do ano. Vantagens, acrescento eu,
do ganho em acessibilidades, designadamente da A25, porventura ainda, Pedro
Machado, olhando por exemplo para as queixas e críticas da Figueira da Foz, do
conforto resultante de estar ali a sede da Turismo Centro de Portugal...
Também para a revista italiana "Spirito diVino" –
conclusão a que já tantos de nós tínhamos chegado há muito – vinhos da Bairrada
e do Dão (colheitas de Principal Rosé e Grande Reserva, das Colinas de S.
Lourenço, ali, Quinta da Falorca e Dom Bella Pinot Noir, aqui) estão, vantagem
nossa, entre os melhores do mundo. Parabéns Carlos Dias e Pedro Figueiredo.
Correspondendo a mais uma ação do permanente esforço da
Associação representativa dos seus operadores em vista da vivificação daquele
equipamento, fui ao Mercado Municipal petiscar uma febra e almoçar um excelente
sarrabulho elaborado com alguns dos belíssimos produtos que,
incompreensivelmente, apenas poucos vamos comprar ao D. Pedro V; os atuais e
antigos repúblicos da Praça terão ultrapassado, por eles próprios, muito bem,
as dificuldades ditadas pela ação de despejo da antiga casa; a propósito da
próxima deslocalização de Sintra para a República Checa, lembrei-me – e se
calhar agora seremos muitos mais – que desde que a retiraram de Coimbra nunca
mais comprei, ou comi, bolacha alguma da Triunfo; porque será que, pergunto-me,
compradas pelo governo ou em crowdfunding (financiamento colaborativo) todas as
obras de pintura entretanto adquiridas são, obviamente em Lisboa, para o Museu
Nacional de Arte Antiga?; e gosto, aqui constituída, da ideia de criação de uma
IPSS que vai ajudar, em todo o país (passarei a arredondar as contas), a pagar
medicamentos aos mais carenciados.
António Cabral de Oliveira
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