RIO
ACIMA, SEM MOTOR
De
vez em quando lembro-me do projeto das turbo rotundas, parceria da FCTUC e da
Câmara, que, visando "a diminuição de acidentes, mais fluidez, maior
segurança e melhorias ambientais" se prometia, o início das primeiras
obras na rotunda do Bolão, junto da estação velha, para os idos de fevereiro...
de há três anos. Mais do que a incapacidade realizadora, a constatação de como
o tempo passa é tudo quanto posso comentar! Sobretudo quando não acredito que
Manuel Machado tenha deixado de gostar de rotundas. Turbo, ainda por cima...
Parece
que a solução de trajeto proposta para a reposição de uma linha de elétricos
históricos (a ligar a Alegria à rotunda das Lages!) é "suscetível de
aperfeiçoamentos". Ainda bem. Pode ser que assim, torno a insistir, o
projeto, cuja bondade, em termos de ideia, ninguém contesta, seja aprimorado
através da sua transferência para o único circuito possível: o anel de ligação
Praça da República - Universidade, através da António Vieira, e descendo pelos
Arcos do Jardim. A servir, assim sim, lembre-se uma outra vez, a população residente,
os estudantes, o turismo, a cidade enfim. E viabilizando, não despiciendo, a
retirada, depois do sucesso alcançado no Pátio das Escolas, da esmagadora
maioria, ali na colina do saber, do insuportável estacionamento automóvel.
Houve
quem se afirmasse radiante com a aprovação europeia de estudos (para quê?)
sobre essa absoluta inviabilidade técnica – não que não seja possível, já que o
dinheiro e a engenharia hoje tudo conseguem –, também enorme injustiça para os
territórios agora servidos pela linha da Beira Alta, que seria uma nova ligação
ferroviária entre Aveiro e Viseu, renovando-se, a partir daí, então já
serviria, o atual corredor. Com as infraestruturas de que atualmente dispomos,
e as limitações económicas e financeiras do país, só podem estar a brincar
connosco. Politicamente, claro.
Leio
que começaram as obras do Centro Operacional do Norte do 112, que fica sediado
no Porto para servir nove distritos acima de Coimbra. Antes que depois não
saibam sequer onde é a rua de onde demandamos socorro – e já não digo que
confundam Penacova com Penamacor – o melhor, deixo conselho, é que cada um de
nós vá memorizando os números de telefone dos bombeiros e os próprios dos
serviços de emergência das nossas terras. Por causa de dúvidas futuras,
diria...
Há
no nosso país 15 museus nacionais, chamemos-lhe assim, tutelados pela
Direção-Geral do Património Cultural. Um no Porto, outro em Coimbra e em
Conímbriga, agora, também um em Viseu e em Mafra. Em Lisboa, dez! A sul,
nenhum. Centralismo em Portugal? Na cultura, pelo menos, por Deus, não. Como se
prova à saciedade...
Tirando
Lisboa (1.836 € m2), com mais dois ou três municípios ao seu derredor, e o
Porto (1.326 €), Coimbra, de acordo com um estudo ancorado em dados do INE,
surge como a zona mais cara do continente para aquisição de casa. Uma posição
de que, significativa embora, não nos deveremos vangloriar pela dificuldades
acrescidas que representa em termos de fixação, bem necessária, de novas
populações.
Já
que o estado das tropas é o que se sabe – quando ainda há pouco mantivemos
exércitos em três frentes de combate, temos hoje dificuldades, imensas, até
para mandar meia dúzia de soldados para um qualquer palco de conflito –,
valha-nos, ao menos, o turismo militar que Pedro Machado (que agora, felizmente
em "ano de ouro", comemorou profusamente o seu dia) quer fomentar
aqui ao Centro.
Carlos
Robalo Cordeiro será o novo (e primeiro português) presidente da respeitada
Sociedade Europeia Respiratória; dois anos(!!) depois de uma derrocada, a autarquia
de Penacova lá adjudicou as obras de recuperação da EM 535; já sabíamos, de
anteriores beberes, da predileção de Mário Sérgio Nuno pelos vinhos brancos,
culto que agora se reforça depois de uma ida à Parada dos Sabores, no
Girasolum, onde provei, entre outros Bageiras, o muito respeitável Avô Fausto;
curiosa a exposição de esquissos de onze arquitetos ligados ao Norte e Centro
na belíssima Santa Clara-a-Velha; e, não se esqueça, este fim de semana –
empanturremo-nos, afinal um dia não são dias, de bolos –, da Mostra de Doçaria
Conventual e Regional de Coimbra.
António Cabral de Oliveira
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