RIO
ACIMA, SEM MOTOR
"Tem de haver" uma solução
para "um parque judiciário digno da cidade", disse, e quero também crer
que sim, o presidente do Conselho Superior da Magistratura. Mas no que já não
consigo acreditar tanto é na certeza de António Henriques Gaspar de que Coimbra
"merece mais do que aquilo que tem". Não pela afirmação em si.
Obviamente. Antes porque o histórico da nossa democracia me diz que, antes de
nós, havemos de ter mais e melhores de tais instalações físicas em Lisboa, em
Lisboa e em Lisboa, depois no Porto e no Porto, ainda – afinal onde estão os
votos? – em Braga e Aveiro...
Congratulei-me, absolutamente, com o
"encontro oficial dos Presidentes das Câmaras Municipais de Coimbra e
Viseu", que, segundo a letra do comunicado final, "lança uma nova
ponte na história da cooperação das duas (seja lá isso o que for)
cidades-região". Fazendo-me lembrar Fernando Ruas, é bom, de facto, ver
outra vez o presidente da urbe de Viriato a querer – duplicando o IP3 – uma
ligação em autoestrada direta a Coimbra. E não a norte ou a sul, como vinha
defendendo, nunca para aqui. Tudo, com certeza, fundado nos superiores
interesses da Beira, não em eventual receio, de Almeida Henriques, de ficar a
ver futura ligação passar ao largo da sua terra. Algo que nós, por cá, em favor
da coerência territorial da região e das nossas afinidades com Viseu, de todo
não desejamos...e os viseenses, julgo, nunca lhe perdoariam.
Ao princípio era o Metro. Agora, a
olhar para a última assembleia geral, o nada. E continuamos a endeusar quem, no
"desenvolvimento regional", garante ser aquele um projeto
insustentável. Cidade diferente, esta.
Trinta e cinco anos depois – é obra! –
parece que os trabalhos de emparcelamento e regadio do Baixo Mondego (apenas,
ainda, dê-se tempo ao tempo, do vale central) estarão quase concluídos.
Entretanto, precavido, seguro de bem compreenderem o porquê, peço desculpa pelo
recurso, ainda, ao condicional.
A Manutenção Militar, que aqui
funcionava desde 1899, vai encerrar a sua delegação em Coimbra – também em
todas as restantes cidades onde estava instalada – para ficar aberta apenas,
outro fenómeno, no Entroncamento, e, adivinhou...em Lisboa!
O profundíssimo apreço em que tenho o
voluntariado ainda genuíno – e a única diferença em relação aos profissionais
passa apenas por algumas naturais limitações horárias, nunca por menor
exigência e capacidade de desempenho – leva-me a saudar, muito vivamente, os 35
novos elementos que se juntam à família coimbrã da Cruz Vermelha Portuguesa.
Hoje, com remoçado dinamismo e uma maior capacidade operacional, a delegação da
humanitária entidade bem merece, mobilizemo-nos, o apoio que agora pede à
cidade.
O jornal britânico The
Guardian escolheu 10 dos melhores locais na Europa onde passar férias com os
filhos, sendo um deles, exatamente, o distrito de Coimbra. Depois de o ter
feito em relação a praias e ruas, o influente diário, falando concretamente em
Tábua, mas publicando uma fotografia da colina do saber, distingue, agora, a
nossa zona – inclui, também, o Alentejo –, aconselhando, sempre com o mar e a
serra da Estrela tão perto, fazer paddling (chapinhar, remar) no rio Mondego,
visitar aldeias em redor, explorar a histórica cidade que acolheu a primeira
universidade de Portugal. Um abraço, Pedro Machado.
O executivo municipal aprovou – lê-se em nota de imprensa –,
acordos com as freguesias que vão permitir, já não era sem tempo, a (afinal)
normal concretização das competências e os montantes para a sua atividade; a
anunciada expansão da Idealmed também se fará para a China com a construção,
numa primeira fase, de 25 unidades de saúde de elite; gosto do novo
merchandising, "Património Mundial", da UC; para não estragar a
imagem do primeiro, não fui, sequer, ao segundo programa do Mês da Dança, no
Gil Vicente; Paulo Trincão, satisfazendo, parece, todos os mandantes – mas não Victor
Gil e sua equipa –, deixa o Botânico e assume a presidência do Exploratório; e
hoje, ainda todos os dias, saibamos bem apreciar a Liberdade.
António Cabral de Oliveira
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