RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Momento enorme para a investigação
universitária e para a indústria tecnológica de Coimbra o início dos ensaios
clínicos do primeiro medicamento oncológico português. Estudado e produzido na
cidade onde, recorde-se, para alguns, nada de relevante acontece. Imenso, pois,
o nosso orgulho coimbrão.
Um sistema inovador de provisão de cheias urbanas, sem recurso a
radares meteorológicos, logo "financeiramente vantajoso", está a ser
desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra. Gizado de forma a permitir
a identificação mais precoce de inundações, minimizáveis com a colocação de
sacos de areia que impeçam o avanço das águas, o processo há de ter, com
certeza, grande êxito na cidade, onde não faltam cheias...sequer areia no
Mondego. Só ficam a faltar, mesmo, os sacos, e quem os encha...
Justo – serão sempre merecidas as
homenagens a quem tanto se devotou pela sua terra – o tributo prestado a Mendes
Silva pelo Clube de Comunicação Social de Coimbra. Pena a diminuta participação
(qual o futuro de uma cidade com tantas memórias mas tão sem memória?) logo na
primeira de jornadas que se pretendem anuais.
Excelente o trabalho de desmatação e limpeza que,
indispensavelmente radical, o município tem vindo a executar – novas
laranjeiras virão com certeza de seguida, garantindo a imagem tradicional – na
margem direita do Mondego, junto ao Parque Verde. E já agora, se não estiver
entretanto previsto, será muito pedir para depois se fazer o mesmo nos
desprezados terrenos ao lado do Choupalinho?
No final da última reunião da Assembleia Distrital – que
deliberou a passagem do seu património para a CIM Região de Coimbra –, muito se
devem ter lembrado Manuel Machado e Luís Marinho da velha máxima popular de que
quem tudo quer, tudo perde...
Por mais tentativas de justificação que
se balbuciem, o que se passou com a distribuição – e só agora começa a ser concretizada
– do dinheiro doado (um milhão e meio de dólares) pela administração de Timor
para os bombeiros e vítimas dos incêndios florestais do passado ano é uma vergonha
que tem de ter responsáveis, sejam eles do ministério da Administração Interna
ou das Finanças. Um opróbrio que, para além dos nossos brandos costumes, não
pode, também ele, ficar imune.
A obra de Túlia Saldanha está exposta, em retrospetiva, na Gulbenkian,
assim se prestando equitativo preito a uma personalidade incontornável (e quero
recordar, particularmente, a forma inexcedível e entusiasmada como sempre nos
recebia, aos jornalistas) na vida do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.
A Bairrada, os seus espumantes, voltam
a marcar encontro com Coimbra, primeiro no Loggia, amanhã nas Piscinas do
Mondego, em afirmação de complementaridade e colaboração regional que, de flute
bem erguida, importa sublinhar. Cumplicidade...e bom gosto, reconheça-se!
A Brigada de Intervenção, sempre próxima da cidade que a acolhe,
tem vindo a comemorar o seu oitavo aniversário; o Dia da Criança, como bem
merece a petizada, foi profusamente assinalado; José Eduardo Simões, à
"tangente", foi reeleito (por um se ganha, por um se perde) para a
presidência da Académica/futebol; mau grado a greve – curiosa a mudança de
cores dos camiões de recolha na minha rua, que passaram do amarelo ao branco –
estiveram vazios os contentores do lixo; muito bela a imagem criada por António
Barros para as celebrações dos 950 anos de D. Sesnando, cujo audioguia foi
agora apresentado; a Feira Cultural de Coimbra parece ter provado (apesar das
dificuldades inerentes à crise) no seu novo modelo; a banda coimbrã Ararur
venceu o concurso Mundial Independent Music Awards na categoria de "Melhor
álbum de jazz vocal"; e a propósito da feira medieval que, tão respeitável
na sua organização, hoje regressa (não a percamos) ao burgo, no Largo da Sé
Velha, lembro, um exagero, a miríade de iniciativas congéneres que agora se
multiplicam, em todos os lados, por esse Portugal além...
António Cabral de Oliveira
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