RIO
ACIMA, SEM MOTOR
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é a melhor
unidade pública do país, enquanto garante, também, a liderança em cinco
agrupamentos de doenças, conclui o estudo anual da Escola Nacional de Saúde
Pública. São resultados naturalmente magníficos que nos orgulham e em muito
contribuem para manter elevadas as expetativas, as mais exigentes, quanto à
necessidade de Coimbra continuar a ser considerada como pólo de excelência em
matéria de saúde. Assim assegurando uma qualidade que queremos ver sempre confirmada
por cada um de nós, mas todos, os que, e quando, tivermos de recorrer aos seus
serviços...
Valerá o que valer, a classificação. Mas porque persisto na
certeza de que Coimbra é a terceira cidade do país – possui um amplo conjunto
de valências que, para além das "metrópoles", não encontramos em
nenhuma outra –, não gostei de ver os resultados do "Portugal City Brand
Ranking" (qualquer coisa parecido com melhor marca), que nos coloca, a
nível nacional, numa ainda assim não totalmente lamentável quinta posição.
Quanto trabalho, Deus meu, temos pela frente para afirmarmos a justeza, até
garantirmos a inexistência de dúvida.
Bem sei das naturais fragilidades construtivas, também do imenso
peso dos anos. Mas não deixa de ser preocupante, e muito, que – ontem a Sala
Grande dos Actos, agora a capela da São Miguel – a Universidade de Coimbra
continue a mostrar sinais de (recuso a denominação ruína) degradação material.
Não serão, provavelmente, como afiançam, situações graves. Mas são, com
certeza, sintomas...
Uma desavença política entre o anterior e o atual presidente da
Câmara foi momento marcante na última reunião do executivo. Todavia não valerá
a pena zangarem-se muito. É que, porventura, ambos têm razão!
Nos últimos dias do mandato de Barbosa de Melo, era a vinda de
chineses. Nos primeiros (novos) dias de Manuel Machado, são os indianos e os
filipinos. Tudo em favor do investimento, talvez para ver se chegamos, como
clama Sansão Coelho – força e um abraço – aos 300 mil habitantes.
Aplaudo a posição reivindicativa da
CCDR do Norte – de que não deixará de colher dividendos – que, ao contrário da
congénere do Centro, não cala a sua contestação ao financiamento de projetos
que vão ao arrepio do princípio da promoção da convergência (aquela de querer
construir, a todo o transe, um novo porto em Lisboa, é supina!) em que deve
radicar, mas não no nosso país, a atribuição dos fundos estruturais.
Um abencerragem, assim raro, escrevia, um dia destes, no
respeitável "Público" – jornal que, mesmo nos artigos de opinião,
deveria saber obstar a tais enormidades –, a propósito não interessa do quê,
esta joia: "melhor fosse que ele, o Museu, ficasse em Lisboa, sendo
nacional". Então para aquele iluminado, fundador, subscreve-se, do Fórum
Cidade de Lx, na capital, por o ser, têm de estar sediados todos os
equipamentos desse âmbito, enquanto, apenas um exemplo, Freixo de Espada à
Cinta, por não o ser, não pode nunca acolher uma qualquer estrutura nacional?!
E depois nós é que somos os provincianos...
A morte de Jorge Lemos, mais um amigo que parte, deixa a cidade
de luto; Maria Helena da Rocha Pereira, nome maior da universidade coimbrã e
portuguesa, vai ser justamente homenageada com a edição da sua obra; Helena
Freitas, uma pena, depois de muita concordância e tanto desacordo meus,
anunciou a suspensão da sua coluna quinzenal de opinião neste jornal; parece
que andam por aí, pela região – não as abatam, por favor – empresas
"gazela", jovens e com bom crescimento; muito saboroso o biscoito
"Beijo de D. Sesnando" com que Carla Silva venceu, utilizando
exclusivamente produtos endógenos da região, curioso concurso promovido pela
Rede de Castelos e Muralhas do Mondego; e é lembrando a ação fundadora do seu
primeiro diretor, Jorge Costa, que sublinho, hoje, o início das comemorações –
parabéns para todos – dos (já) 25 anos da Escola de Hotelaria.
António Cabral de Oliveira
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