RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Manuel Machado
"reinaugurou" (leia-se, pôs de novo em funcionamento) o elevador do
mercado, em assim mui importante ato a fazer lembrar antigo autarca vizinho (um
abraço Jaime Soares), que repetia, quantas vezes as possíveis, sempre com
vantagem local, as inaugurações. E nós a pensarmos que, também no quadro do
sistema de mobilidade da cidade – e para lá dos projetos, com certeza
louváveis, mas ainda não mais do que isso, do elevador da Alegria e da linha
histórica de elétricos junto ao Mondego – o presidente se preparava para, isso
sim relevante, e, julgo, bem mais plausível, "reinaugurar" a
ecovia...
Leio que a visita do Papa
Francisco a Portugal, em maio de 2017, se deve prolongar por três dias, com
deslocações, à semelhança do que aconteceu com João Paulo II, a Fátima, Lisboa,
Porto e Braga. Porque fica, no projeto, questiono-me, Coimbra de fora?
Afinal a redução de 5% nas águas
é nas tarifas e não no valor total da fatura. O que significará, mensalmente,
uma quebra – dou comigo a cogitar sobre quais aplicações financeiras fazer com
a poupança! – de 20 cêntimos nas nossas contas...
O quadro do Marquês de Pombal,
que valoriza a Sala do Senado da Universidade de Coimbra, vai ao Brasil para
uma exposição intitulada “Da cartografia do poder aos itinerários do saber”.
Acho bem, até porque também o património (e não só os grandes das Escolas) deve
fazer, em percursos valorizadores, os caminhos para terras de Vera Cruz.
Entretanto, para, temporariamente, o substituir, foi colocado, nas adamascadas
paredes do salão do antigo Paço Real, um trabalho de Miguel Leal, do Círculo de
Artes Plásticas de Coimbra. O que também acho lindamente já quer a arte
contemporânea sempre jogou bem com o clássico. Agora um “happening” para
assinalar o momento – que moderno, quanto prá frente! – não lembraria a
ninguém. Ou quase…
Reitores de seis universidades
do Norte e Centro – Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Minho, Porto e
Trás-os-Montes e Alto Douro – sublinharam a importância do centro de produção da
RTP no Porto e consideram interessante sediar ali o segundo canal, em defesa,
dizem, da força e dinâmica de toda a região (mas afinal não são duas?). Se o
pensam, acho muito bem que o digam. Mas preferia, inquestionavelmente, que
referissem, também, porventura até sobretudo, a indispensabilidade da
continuação e reforço dos serviços regionais de Coimbra da rádio e televisão
públicas, ainda das delegações distritais que entretanto, Tejo acima, foram
sendo extintas. Em favor da proximidade, da harmonização e equilíbrio do
território. Mas parece que estamos condenados, também pelos representantes dos
nossos sábios, à "metropolização" do país...
A Estradas de Portugal pôs
anúncio para venda de dois imóveis na Geria, junto ao cruzamento da 111 com a
234 (para a Figueira e Cantanhede). Pode ser que, depois, com o produto da
alienação, aquela empresa pública venha a adquirir os terrenos vizinhos para,
finalmente – este meu inquebrantável otimismo! – acabar com o estrangulamento
da via no local, duplicando-a entre as duas rotundas.
O presidente da Associação
Empresarial da Região da Guarda indignou-se, muito justamente, com o chumbo,
por parte da maioria parlamentar, do projeto, pare eles, deputados da Nação, de
todo singular, da reposição, modernizada, da ligação ferroviária daquela cidade
à Covilhã, na linha da Beira Baixa. Se fosse entre o Rossio e a Betesga, ainda
se entenderia, mas ali?!
Espetáculos em três praças, fogo-de-artifício
no Mondego, e as doze badaladas no relógio da Torre – agora sim, a Universidade
mais próxima da cidade! – dão as boas vindas ao novo ano. Bom Ano Novo.
António Cabral de Oliveira
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