RIO ACIMA, SEM MOTOR
Depois do excelente trabalho, pela universidade, de recuperação
do Colégio da Graça, eis agora, renovada na sua fachada, também muito bela, a
Igreja do Carmo, da Ordem Terceira de S. Francisco. A norte, na Rua da Sofia,
só fica a faltar o templo em honra de S. Pedro. O que me leva a perguntar sobre
o que se passa com aquele património, sob alçada da Casa de Saúde de Coimbra,
que permanece encerrado, impossível de se visitar, porventura transformado,
quem sabe, num qualquer arquivo morto. Ou, Deus meu, coisa que o valha!
Afirma-se, por aí, que a decisão política sobre a autoestrada
Viseu-Coimbra e linha ferroviária de ligação a Espanha ficam proteladas para o
próximo governo. A ser verdade – e hoje em dia, em relação ao futuro desta
destroçada região, já nada me surpreende – quase poderíamos dizer que assim
vamos, embora sem cantar nem rir, de adiamento em adiamento, até ao descalabro
final. Então, só o sentir Beirão nos sobrará. A alguns.
Com o projeto aprovado, a manifesta
vontade política da maioria dos edis, e ultrapassados os receios de quem temia
que o subsolo guardasse uma qualquer preciosidade arqueológica (que ali só
poderia ser, talvez, algum porto fenício), quero crer que brevemente teremos em
execução as obras de arranjo urbanístico e paisagístico do Terreiro da Erva.
Inadiáveis e a incluírem, sem demora, a recuperação da fábrica da Cerâmica
Antiga, velha olaria instalada em ancestral lagar de frades, bastião último, e
inestimável, da faiança de Coimbra.
A universidade de Coimbra embandeirou em arco por ser
considerada – a par das do Minho, Porto, Aveiro e (Clássica e Nova) de Lisboa,
como 'very good' em ranking financiado pela União Europeia. Também era só o que
faltava que não fosse...
A CP lançou um concurso público para os serviços alternativos ao
comboio da Lousã, válido por três anos. Se calhar quer dizer – e como gostaria
de não estar a ser irónico! – que dentro dos cerca de 1.100 dias previstos no
contrato já teremos aí a circular, todo pimpão, contributo decisivo para o
desenvolvimento, o Metro Mondego...
Regressou o Funtastic. Agora, nesta época pascal, depois,
anuncia-se, lá mais para o verão. Apenas um autocarro, e ao longo de pouco mais
de seis meses. Em sinal, evidentíssimo, quando olhamos para outras cidades, do
quanto caminho, também em termos turísticos, temos ainda pela frente.
No âmbito de um Fórum Nacional, que teve lugar na cidade,
estudantes de Enfermagem promoveram, em colaboração com as entidades municipais
de proteção civil, um simulacro de acidente, exercício sempre de grande
utilidade para otimização dos sistemas de socorro. E se apreciei a atitude
responsável dos jovens académicos, gostei ainda mais de constatar – apesar de
pequeníssimos pormenores a aperfeiçoar – o bom entrosamento, hoje, das diversas
forças em presença. Muito bem.
A apresentação do Programa Operacional do Portugal 2020 para o
Centro decorreu, concordaríamos generalizadamente, em Viseu. O meu receio é que
a circunstância, que poderia, com certeza, ter acontecido também em Aveiro,
Castelo Branco, Guarda ou Leiria, seja tida por aqui – ou entendida mais além –
não como força da Beira, antes fraqueza política de Coimbra.
Foi aprovado o projeto de mais um hotel para a Alta – e dizem-me
que muito provavelmente iremos ter em breve a indispensável unidade de cinco
estrelas –, notícias excelentes, ambas, para a cidade; o município decidiu,
corretamente, reduzir de forma significativa as taxas também para a instalação
de atividades económicas na área considerada Património Mundial; Estudantina,
um abraço, trinta anos de loucura académica; relevantíssima, de leitura
imperdível e atenção obrigatória, a crónica de anteontem, aqui no DC, de Carlos
Encarnação; e o CHUC, vá lá saber-se porquê, não foi incluído, como se fora
dispensável, no projeto nacional de redução da infeção hospitalar.
António Cabral de Oliveira
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