RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Do orçamento municipal para 2015 – que mal, Manuel Machado, as
declarações sobre a redução da taxa do IMI e a "ameaça" de recurso ao
Fundo de Apoio Municipal –, e depois dos projetos prioritários (S. Francisco,
ação social escolar, habitação, lixo, iluminação pública, freguesias), sobrará
pouco, muito pouco mesmo, cerca de dois milhões de euros, para novos
investimentos camarários no ano de 2015. Ainda bem que a edilidade não aderiu,
entretanto, aos demagógicos "orçamentos participativos". É que, se
assim fora, não haveria, sequer, estas tão parcas verbas para áreas como a
cultura, desporto, espaços verdes, urbanismo e reabilitação.
O município de Coimbra pondera a resolução do contrato de
construção do crematório de Taveiro. Na sequência de iníqua desfeita para com a
Santa Casa da Misericórdia, tem sido um errático desfilar de continuadas
alterações e de permanentes adiamentos. Até, por fim, um dia destes, não haver
mesmo cremação na cidade. Não a favor dos nossos mortos, antes, porventura, bem
vivos, de outros interesses instalados...
A ministra espanhola de Fomento, Ana Pastor, ao falar, agora,
sobre os enormes investimentos ferroviários do país vizinho,
"esqueceu-se" de referir a modernização do principal acesso a
Portugal, a eletrificação do troço entre Salamanca e Vilar Formoso, cujas
obras, aliás, já deveriam estar concluídas. Ora aqui está uma excelente
oportunidade para os nossos políticos regionais (alguns, pelo menos), em vez de
andarem a inventar novas linhas, se afirmarem unidos na exigência, no plano
nacional, do cumprimento do compromisso assumido por Madrid, designadamente na
cimeira ibérica da Figueira da Foz. A bem do país e da Beira, que não dos
interesses das suas paróquias...
O Magnífico Reitor comprometeu-se com o arranque, logo que
possível, da segunda fase do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Para
além da alguma vacuidade nos termos, e apesar da proximidade de eleições – João
Gabriel Silva anunciou, entretanto, nenhuma surpresa, a sua, parece que única,
(re)candidatura – tomámos, de tanto, boa
nota. Para memórias futuras...
Depois de Maria Helena da Rocha Pereira ter sido agraciada pela
Grécia com a Cruz da Ordem da Fénix em razão do seu contributo para o estudo da
cultura clássica daquele país, Cristina Robalo Cordeiro, em reconhecimento dos
serviços à francofonia, foi distinguida pela República Francesa com as
insígnias da Legião de Honra. Enorme orgulho para Coimbra e universidade.
O Conselho Académico, tenho-o por tanto, é o órgão máximo do
academismo na AAC/OAF. Tanto, tanto, o academismo, que, porventura reflexo do
tempo atual, não consegue, sequer, reunir. Por falta de quórum!
Vou passar a ir às compras com sacos
reutilizáveis. É que, comigo, o governo não conta para engrossar as suas
receitas fiscais com os 40 milhões previstos com a taxa de oito cêntimos por
cada "saco de plástico leve". E sempre fico de bem com a minha
consciência ecológica, afinal o grande "propósito", dizem de S.
Bento, da reforma tributária, da fiscalidade verde...
Uma jornalista (?) de diário lisboeta perguntava, em entrevista
ao diretor de informação da RTP, um dia destes, como se tal questão não fosse,
ela própria, um completo e inadmissível absurdo, se "a informação regional
interessa realmente às pessoas". Perante tamanha incompetência plumitiva,
também do diretor do I, quedo-me amargurado sobre o ponto a que deixámos chegar
o jornalismo português. E não pode ser tudo atribuído, como é fácil alegar, às
limitações financeiras que o setor enfrenta!
O Instituto de Medicina Legal e
Ciências Forenses tem, na sua sede, em Coimbra, placa com o novo logótipo, mas
médicos legistas é que nem tanto; culturalmente relevante a apresentação, na
Casa da Escrita, com a participação do autor, do segundo volume das Obras
Completas de Eduardo Lourenço; bem aproveitando, por fim, os, dizem-me, vastos
e excelentes fundos fotográficos de Centro de Artes Visuais, está ali em
exposta "Esta terra é a tua terra"; empresa espanhola – podia também
ser chinesa ou da Bielorrússia – vai explorar o bingo da Académica; a Águas do
Mondego, leia-se de Coimbra, volta a receber o selo de qualidade exemplar; e,
na passada segunda-feira, mais para ajudar, simbolicamente, a associação de
comerciantes a pagar à Câmara a taxa de dez euros para a ocupação de espaço, do
que para festejar os Santos, fui comer uma belíssima febra ao
mercado...municipal.
António Cabral de Oliveira
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