RIO ACIMA, SEM MOTOR
Quando a própria CCDRC, pela voz da
sua presidente, vem defender, à míngua de dinheiro europeu (o governo, diz, não
acolheu o Ramal da Lousã no Plano Estratégico, pelo que só se poderá recorrer
ao Programa Regional, com menores meios), a reposição prioritária daquele
serviço público de transporte com uma solução tecnológica diferente, quer isso
dizer que não haverá metro ligeiro de superfície, antes, quando muito, um
sistema "bus rapid transit". Bem podemos, autarcas, empresários e
utentes, exigir, revoltados, a imediata conclusão das obras, na solução
prometida, sobre carris, não sobre pneus. Mas estaremos a fazê-lo, receio-o
mais do que nunca, debalde. Será afinal assim, através do esbulho de
equipamento ferroviário, trocando-o por autocarros articulados um pouco mais
sofisticados, que a administração central pretende, ora eis, resolver o que,
com descaramento, classifica de “ questão de justiça social”. Uma vergonha, uma
enorme e inadmissível ignomínia para com Coimbra.
Julgo, sem receio de errar, que em Coimbra não nos damos conta,
não valorizamos suficientemente a qualidade dos serviços de saúde, aqui à
porta, que nos são disponibilizados. O 25º aniversário do AIBILI – a excelência
na oftalmologia – é, com certeza, circunstância ajustada para enaltecer uma
realidade insofismável. E faço-o, as minhas homenagens a Cunha-Vaz e toda a sua
equipa, também enquanto habitual utilizador dos serviços.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras abriu,
recentemente, com algum espavento comunicacional, um posto de atendimento na
Universidade de Coimbra. Porque a distância física entre as Escolas e a Direção
Regional do Centro não é assim tão grande – algumas centenas de metros, não
mais – pergunto-me sobre o que terá levado a tal medida desconcentradora? Se
calhar, amanhã, o encerramento, em favor da sempre propalada
"descentralização", de mais um serviço público regional...
Atendido o compromisso que se ouviu no início do presente
mandato camarário, não acredito que aquela estrutura que se vê em foto publicada na imprensa seja,
de novo, o que resta da ponte de Torres do Mondego. Só pode ser, mesmo, uma
nova passagem pedonal, naufragada embora, ali junto ao Parque Manuel Braga!
Pedro Bingre, vereador dos Cidadãos por Coimbra, preconizou a
criação de um corredor pedonal e velocipédico ao longo da avenida Cidade de
Aeminiun, sempre junto ao rio, em direção ao Choupal. Acho bem, até porque
também serviria a, perdoe-se o arcaísmo, Escola Agrícola, que, nas suas
deslocações para a cidade, poderá, em abono dos valores ecológicos, fazer
substituir, uma saudade, a antiga charrete...pela bicicleta.
A direção regional de Cultura do Norte
de criou um gabinete de apoio ao empreendedorismo cultural, serviço público de
informação sobre fontes de financiamento e possíveis parcerias. Coisa, com certeza,
de que também já disporemos, aqui, no Centro.
Quase em simultâneo, a Câmara Municipal da Covilhã decidiu, há
dias, homenagear José Sócrates, enquanto a local Universidade da Beira Interior
doutorava, honoris causa, Zeinal Bava, duas personalidades que, cada um à sua
maneira, "contribuíram", em "muito", para o
"equilibrado" desenvolvimento económico e social do todo nacional,
também do interior beirão onde a cidade serrana, julgo, penso, ainda se situa.
Há de facto coisas, neste país, por certo limitação minha, que definitivamente
não alcanço compreender.
Anabela Rodrigues é – parabéns, se
mais não fora, pela corajosa disponibilidade – a nova ministra da Administração
Interna; morreu André Campos Neves, a Universidade e a Académica de luto; terminam
hoje, em boa hora regressados, os Caminhos do Cinema Português; o município de
Coimbra, a par de alguns mais da Beira, recebeu, na sede da ANMP, a bandeira
verde que o distingue enquanto autarquia familiarmente responsável; Poiares
Maduro, não se sabendo se os portugueses, de bolsos vazios, o conseguirão
celebrar, anunciou na Figueira da Foz, parece que sem mais nada para fazer a
nível do governo, a criação do Dia Nacional da Gastronomia; quatro listas
disputam, esta semana, as eleições da Associação Académica; de acordo com a PSP
os furtos em viaturas – Coimbra, cidade segura –, duplicaram(!) no último ano;
e um ligeiríssimo toque entre um autocarro e um automóvel "obrigou"
uma vintena de viaturas dos SMTUC (impensável situação só aqui possível!) a uma
paragem, em fila, na Sofia, durante meia hora...
António Cabral de Oliveira
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