RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Percursor, dizem-no os sábios, da urbe multicultural e aberta,
concretizador desta cidade cosmopolita, fraterna e inclusiva, D. Sesnando, o
político que estará na génese da afirmação administrativa de Coimbra – ponto de
encontro entre os povos do Norte e do Sul –, vai ser agora celebrado, sob a
égide da universidade, por ocasião dos 950 anos do seu governo. Pode ser que a
câmara municipal entenda ser esta a oportunidade para, ainda no ano corrente,
sem se delongar até à comemoração do milénio da efeméride, fazer erigir, de
modo justíssimo, estátua que, no tempo, fique a perpetuar dignamente,
porventura junto à Sé Velha, tão destacada personagem da nossa História.
Vem aí a Queima das Fitas. Mais do que os costumeiros e
generalizados excessos alcoólicos, apetece-se, escreveriam os jornais antigos,
que a academia – seguindo ou não os ensinamentos do curso da Escola Superior de
Enfermagem sobre, ao que nós chegámos, a forma de "sobreviver" às
festas – saiba, antes, como aliás bem aconselham a idade e as circunstâncias, divertir-se...
Demorando-se, quase infinitamente, por muito pouco ou nada de importante,
a Assembleia Municipal – cuidado porque a sugerida transmissão televisiva em
direto, ao invés da credibilização que se pretende, pode tornar-se, antes, na
generalização do descrédito – lá cumpriu, esta semana, apenas parte da agenda
imensa. Com a prevalência, natural ou contraditória, do peso da maioria
camarária…que ali não deixa, nunca, de se refletir!
Depois de encerrada por três meses, reabriu, condicionadamente
embora, a EN 110, que liga Coimbra a Penacova. No entretanto, e com evidentes
prejuízos para as populações, a 17-1, de Miranda do Corvo para o Espinhal,
derrocada desde 11 de fevereiro, continua, à espera de obras, cortada ao
trânsito. Com tal capacidade de resposta para solucionar problemas correntes na
rede existente, como poderemos nós ambicionar, da parte da Estradas de
Portugal, a outros, imprescindíveis e mais profundos, projetos viários?
A CDU, que não está com meias medidas, pediu, nem mais, a
extinção da Metro Mondego e, valha-nos ao menos isso, a eletrificação do Ramal
da Lousã. Não por ser demasiado caro, sequer porque supérfluo, antes, pura e
simplesmente, porque o projeto significaria...a privatização de transportes.
Deus nos ajude!
Não consegui, como gostaria, estar presente na tertúlia de
apresentação da Rota dos Cafés com História, uma válida iniciativa de Vítor
Marques, do magnífico Santa Cruz, que assim alcança agregar aqueles
significativos estabelecimentos, os seus proprietários, e os agentes culturais
e de turismo. Quanto excelente vai ser tal rota de duas dezenas de cafés
históricos, "marcas e identidades", no país inteiro, que podem
finalmente ver potenciadas a sua preservação e divulgação enquanto património
relevante. Com Alexandre Marques no pensamento, um abraço.
Interesses, outros, que não os das comunidades locais, persistem
na construção da mini-hídrica do Mondego. Determinados, haveremos de encontrar
formas que obstem a tamanho crime não apenas ambiental.
Em desmesurada preocupação com a nossa saúde, que chega aliás a
ser comovente, o governo (que mais inventarão?) pensa em sobretaxar hábitos
horríveis como o consumo de sal, de açúcar, de álcool, de tabaco, até de
refrigerantes. Enquanto o Estado não garante uma dose de substituição para os
meus fumos – chamem-lhe charutadona, o que quiserem – começo a admitir um
regresso às compras em Espanha. Sempre poupo qualquer coisa, enquanto me
passeio. Para proveito pessoal...e das finanças do país vizinho!
Dias Coimbra, os meus respeitos, deixou, ao fim de 32 anos, a
AIRC, de que foi fundador, e onde era administrador-delegado; outra vergonha
para a academia o que agora aconteceu em ato eleitoral do núcleo de estudantes
da faculdade de Direito; a Académica-futebol inaugurou, por fim, no estádio, a
poucos dias de eleições, a Sala de Troféus Vasco Gervásio; quase sem
divulgação, uma pena, decorreu, na Baixa, a Feira das Associações; o Jazz ao
Centro, parabéns, fez anos e anunciou a programação, sempre marcante, do
próximo encontro internacional de Coimbra, que decorre entre 29 de maio e 1 de
junho; a AAC sagrou-se campeã nacional de sub-18 em râguebi; apesar da chuva, a
Colour Run foi um êxito; e a Feira Antiga de Santo Isidro voltou a animar,
muito bem, a Escola Superior Agrária.
António Cabral de Oliveira
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