RIO ACIMA, SEM MOTOR
Ana Abrunhosa será a nova presidente da Comissão de Coordenação
e Desenvolvimento Regional do Centro. Em prova, afinal, de que o governo não
erra sempre.
A Refer terá assegurado à Câmara Municipal a requalificação da
estação de Coimbra B aquando dos trabalhos de modernização da Linha do Norte.
Comprometendo-se com o anúncio, já para o próximo mês, da estratégia de
intervenção e a definição de prioridades, aguardamos (desconfiados embora,
depois de tanto desencanto), sobre prazos e dimensão da obra. De um projeto
que, exige-o a urbe e o país, se quer não apenas digno, antes (para além da
atávica indigência lusa) ambicioso e intermodal, voltado para os desafios do futuro.
Também porque, sem aeroporto, o equipamento a construir será sempre a nossa
principal porta de entrada, a primeira imagem da cidade.
Ao ler sobre o património da extinta Assembleia Distrital – o Jardim
da Manga, o instituto Miguel Torga, o aeródromo de Cernache... – lembro sempre
uma antiga alta figura da igreja que, quando confrontado sobre o quanto bem se
dava uma determinada família, questionava sem exceção: e já fizeram as
partilhas?...
Gostei de ver Carlos Cidade a acompanhar os serviços de higiene
durante as operações de limpeza logo após o cortejo da Queima. Já o mesmo não
poderei dizer em relação à forma como elogiou, na sessão da edilidade, o
esforço municipal naquela operação, em meios humanos e técnicos, ao
privilegiar, sempre a mesma preocupação de achincalhamento, a comparação com o
passado recente. Se queria sublinhar, historicamente, algo de relevante, mais
valia ter recordado a ação pioneira de Viterbo Correia quando, nos idos de 80,
se lembrou de instituir, imediatamente a seguir àquele, o "cortejo da
Câmara". Num tempo em que, curiosamente, Manuel Machado era também
vereador.
O Exploratório recebeu, não faz muito tempo, um encontro
nacional de aquariofilia, destinado a sensibilizar as crianças e os adultos
para a sua beleza e fascínio, ainda para promover e divulgar as atividades dos
aquários públicos. E foi olhando aqueles tanques de encantamento que dei comigo
a pensar – para o que havia de me dar! – no projeto de construção, em Coimbra,
recordam-se?, de um fluviário que nos contaria a vida do maior rio português.
Empresa, porventura, também ela perdida para sempre...
Um jornal do Porto noticiou, e bastava-lhe olhar ao redor, que
Portugal possui a quarta melhor rede de estradas do mundo. Qualquer outro
diário de Lisboa, e com razões acrescidas, poderia também fazê-lo. Os de
Coimbra, esses, sem vislumbrarem a tal rede por estas paragens, estão
impedidos, não desconfiando, de o escrever! Pena nossa...
Parece confirmar-se, por fim, excelente nova, a abertura, em
junho próximo, do hotel Oásis Plaza, na Figueira da Foz. Agora, só nos fica a
faltar um cinco estrelas em Coimbra. Para, indispensavelmente, qualificar o
nosso turismo.
Valorizo, naturalmente, a Expofacic, que acompanhei logo na
primeira hora, e procurei contribuir, de forma empenhada, na recuperação da
Queima das Fitas, que esta semana voltou a marcar, felizmente, a cidade. Daí
estar à vontade para dizer ao secretário-geral da festa académica que comparar,
em termos de maior evento da região, haja a noção das realidades, uma com a
outra, não lembraria...nem ao diabo!
A UC pode finalmente requalificar, para o Direito, de acordo com
projeto de Siza Vieira, a bela Casa dos Melos e a do Contador; o Instituto
Superior Bissaya Barreto, em sinal significativo e preocupante quanto aos
caminhos por que segue a Fundação em que se ancora, não vai abrir vagas para as
suas licenciaturas no próximo ano; as faculdades de Letras e de Ciências foram
distinguidas pela Gulbenkian por sempre bem-vindos projetos inovadores no
domínio educativo; voltou a ouvir-se, rejubilemos, o histórico e magnífico
órgão de tubos do Mosteiro do Lorvão; "Turismo e cultura: destinos e
competitividade" é o título de outro livro, com certeza relevante para o
estudo e desenvolvimento do setor no nosso território, agora editado pela
Imprensa da Universidade; depois do vagão de um comboio descarrilar na linha da
Beira Alta, não deixará – sabe-se quem e porquê – de se voltar a reclamar a
construção de uma novíssima (onde tal não poderá, nunca, acontecer!) via
férrea; e hoje à noite e amanhã, não o esqueçamos, vamos todos festar ao
Machado de Castro, aos muitos museus da cidade.
António Cabral de Oliveira
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