RIO
ACIMA, SEM MOTOR
A crer no Público, jornal
geralmente bem informado, a Comissão Europeia exigiu ao governo projetos de
infraestruturas voltadas para os passageiros, através de investimentos nos
transportes urbanos. Julgando nós, em absoluto, o nosso inteiro enquadramento
com a imposição – obrigado Bruxelas –, talvez assim o metro de superfície do
Mondego, na totalidade do traçado que os especialistas debuxaram, com a
indispensável componente citadina, e sem outras soluções mais baratas (o
regresso do carro de bois?), possa, porventura através da "rubrica outros
serviços públicos de transporte", entrar, justa e finalmente, nos carris.
Também porque não quero acreditar que se há dinheiro para mais uma extensão do
metro de Lisboa, agora até à Reboleira, não o haja para aqui...
O presidente da Câmara Municipal de Viseu, apesar da opção
oficial pela renovação, profunda, da linha da Beira Alta, continua a sonhar,
novo-rico, com obra ferroviária de raiz entre Aveiro e a sua terra. Por outro
lado, inventa traçados diferentes para a autoestrada, não em direção a Coimbra,
mas, diz, imagine-se, coisa absolutamente diversa...para sul. Tendo sido até há
pouco ajudante de ministro do atual governo, percebe-se (para quem ainda
tivesse dúvidas) a qualidade da gente que nos tem administrado. Que saudades,
reitero-o, do beirão, por inteiro, Fernando Ruas!
Coimbra vai ser a cidade anfitriã dos Jogos Europeus
Universitários de 2018 – contrariando o ditado, à segunda foi de vez –, que
aqui trarão, durante duas semanas, mais de cinco mil jovens oriundos de 40
países. Candidatura que só foi possível com a convergência de instituições como
a AAC, a FADU, o município e a universidade de Coimbra, também do governo
(quanto poderíamos fazer, Deus meu, se unidos apenas em interesses comuns!), os
EUSA contam, ainda, com a colaboração das câmaras da Figueira da Foz e de
Montemor-o-Velho, e terão na reabilitação do estádio universitário uma das suas
marcas de referência. Para além, naturalmente, do algum prestígio que, mau
grado a inveja nacional, nos carreará...pelo menos lá fora!
Hoje, enquanto peão e automobilista, tenho um pedido para Manuel
Machado: não seria possível, de forma faseada embora, continuar a temporização
dos semáforos da cidade? É que os resultados, onde ela já foi realizada, são
tão válidos em termos ecológicos, de poupança de recursos, talvez sobretudo de
conforto, afinal de qualidade de vida...
O único sócio dos Bombeiros Voluntários de Góis que esteve
presente na assembleia geral da benemerente entidade aprovou, com o seu voto,
por unanimidade (a notícia não precisava se bateu ou não palmas, ficando nós na
dúvida sobre a aclamação), o relatório e contas de 2013. Assim vai o
associativismo no nosso país, até mesmo nas instituições que se constituem, ou
constituíam até não há muitos anos, no derradeiro esteio do voluntariado, da
capacidade humana de entrega desinteressada ao seu semelhante.
Um simulacro de incêndio promovido pelos Bombeiros Voluntários
na Baixa da cidade mostrou que as bocas-de-incêndio estavam inoperacionais, em
prova provada do quanto aquele corpo, mais do que a simples denúncia, e
porventura substituindo-se aos Sapadores e à Águas de Coimbra, poderia antes
fazer para uma melhor prevenção do fogo urbano: a verificação sistemática, ali,
da rede de hidrantes.
Quando a Direção Regional de Cultura do Centro tinha já
adjudicado as primeiras obras de recuperação na Casa do Passal, em Cabanas de
Viriato, cidadãos convocados através das redes sociais decidiram fazer um
cordão humano à volta da antiga residência de Aristides de Sousa Mendes, para a..."salvar
da ruína"; morreu Jorge Biscaia, as minhas homenagens, personalidade que
ficará para sempre indelevelmente ligada à bioética; a Queima das Fitas, face à
crise generalizada, sofre novo corte de pelo menos 10% – nos excessos a que se
chegara, parece haver males que vêm por bem - no seu orçamento; o CHUC foi
agraciado – signifique ela o quer que seja - com a medalha de ouro de serviços
distintos prestados à saúde; Jaime Soares é, por óbvio, recandidato à Liga dos
Bombeiros Portugueses; fui, um dia destes, beber um belo gin português ao novo
espaço do Ostradamus – agradável, apesar de ser em cave, e a pedir uns sofás –
outra forma de se procurar rentabilizar, neste tempo difícil, um restaurante de
qualidade; e o Grupo Folclórico de Coimbra e o da Casa do Pessoal da
Universidade voltaram a recriar, uma saudação para ambos, a Feira dos Lázaros
no Bairro de Celas e no largo de D. Dinis.
António Cabral de Oliveira
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