RIO ACIMA, SEM MOTOR
Não sei, naturalmente, o quê. Mas sei que a Câmara Municipal e
os seus órgãos técnicos têm, sem questão, de tentar resolver os sérios
problemas de trânsito que, de passagem, sobretudo nas horas de ponta, tanto
dificultam a vida na Solum, que já foi, recorde-se, em termos de bem-estar, uma
zona residencial de Coimbra com muito melhor qualidade. Apostar no metro?
Desviar fluxos de tráfego? Ampliar a circular interna? Semaforizar e desnivelar
rotundas? Não tenho de saber. Mas quero saber como intenta a autarquia minorar
um problema que ultrapassa, já, os limites do razoável...
Manuel Machado fez lindamente em promover uma visita ao Convento
de S. Francisco. Para ali todos nos podermos aperceber e sentir – fiquei com a
ideia de que muitos, mesmo entre os decisores da cidade, só agora tiveram,
verdadeiramente, um efetivo contacto com a obra – a dimensão e relevância
daquele empreendimento municipal. A exigir, também a todos, e quando estamos a
apenas dois pequenos passos da sua inadiável conclusão, uma atitude
responsável, empenhada e ética, sem outros interesses que não sejam,
exclusivamente, os do desenvolvimento da cidade.
A Universidade de Coimbra pretende subir a percentagem de
estudantes estrangeiros para os 20% nos próximos anos. Ainda bem que, de acordo
com o reitor, tal estratégia procura não só "colmatar o
subfinanciamento", mas também "reforçar a qualidade e o
cosmopolitismo científico e intelectual". Desta feita, gosto de o saber, a
grande preocupação não será só o dinheiro...
Absolutamente esclarecida e esclarecedora, ao que leio, a intervenção
do presidente da CP durante uma conferência no Casino da Figueira da Foz.
Sobretudo – um abraço Manuel Queiró – quando advoga, naturalmente, nos
antípodas da ficção científica, não novos projetos, antes a modernização da
linha da Beira Alta...
Primeiro foram os historiadores, conservadores e restauradores
profissionais, depois estruturas do ministério da Cultura, mais recentemente o
Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, todos a verberarem,
entretanto, o "restauro" – que até a mim parece muito mau – das 13
imagens do Santuário de Nossa Senhora das Preces, na beirã Aldeia das Dez. Se o
trabalho foi efetuado já em 2007, apetece perguntar o que andaram a fazer todas
aquelas personalidades e entidades, antes, durante e depois da intervenção
"criminosa, danosa e prejudicial para o património". O espaço de sete
anos decorrido desde então é demasiado tempo sobre o que nunca deveria ter
acontecido. Tamanho alheamento (e essa displicência e incúria é o que mais me
inquieta) não augura, para o futuro, nada de bom...
Leio e quedo-me estupefacto. Então não é que Fernando
Serrasqueiro, ainda deputado, anterior governante, não tem o dislate, agora, de
vir defender, em artigo de opinião, que na nossa região, para ser coerente,
homogénea e diferente do resto do país, urge promover-se uma articulação e
ligação entre os principais centros urbanos e, mais, que a coesão interna, sob
pena de as suas franjas serem atraídas pelo Douro e pelo Tejo, só se fortalecerá
com ligações rápidas de e para Coimbra! Com uma assim tão clarividente noção da
realidade territorial, apetece perguntar o que tem andado o albicastrense, como
nós também beirão, e enquanto político ativo, a fazer.
Pastéis de Santa Clara, manjar branco, barriga de freira,
crúzios, arrufadas e cavacas, estes os bolos escolhidos pelas seis pastelarias
que integram, uma prazerosa tentação, "Os caminhos da Baixa – o património
doceiro de Coimbra", iniciativa de inquestionável interesse cultural e
turístico (esperemos também comercial), a que, gulosamente, importa nos
sacrifiquemos...
Com uma programação desafiante tem início, esta semana, a não
perder, o ciclo primaveril das "Quintas no Conservatório"; João
Ataíde, sem surpresa, é o novo presidente da CIM Região de Coimbra; recuso-me a
acreditar que o herbário da universidade – com 800 mil plantas – possa vir a
fechar portas se não se encontrar, neste país com tanto desemprego, quem renda,
a dois dias da aposentação, a sua única (!) funcionária; o Instituto de
Medicina Legal garante, também era só o que faltava, que a sua sede permanecerá
em Coimbra; enquanto Pedro Machado preside à nova Associação Nacional de
Turismo, Pedro Ribeiro, parabéns para ambos, é coordenador de informação da
estrutura regional da rádio e televisão públicas; a Académica, que belíssima
sensação para todos nós, os seus apaniguados, garantiu, já, a permanência; e, no
seu dia, uma saudação, hoje, muito especial, para as mulheres.
António Cabral de Oliveira
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