RIO
ACIMA, SEM MOTOR
Manuel Machado foi designado pelo PS e é hoje eleito presidente
da Associação Nacional de Municípios Portugueses – onde o aguarda um profundo
trabalho de revigoramento de uma instituição indispensável ao poder local e à
democracia –, assim consubstanciando, seguramente, um dos mais retumbantes
regressos à vida política ativa.
Do alto da sua respeitabilidade – julgo que generalizadamente
reconhecida – Silva Peneda voltou a defender, em nome de um Estado mais barato
e mais eficiente, a descentralização e a deslocalização de serviços. Recusando
o terceiro-mundismo com que cada vez mais nos assemelhamos, o presidente do
Conselho Económico e Social reiterou não haver nenhuma razão para que todos os
serviços públicos tenham de estar localizados em Lisboa e, mais, que a
regionalização é uma das componentes que a reforma do Estado não pode deixar de
considerar. Sábias palavras. Pena que ninguém (nos antros do poder) as queira
ouvir...
Duarte Nuno Vieira, prestigiado especialista em medicina e ciência
forense, depois de trabalho relevante ao longo de mais de uma década – e tão
valioso para Coimbra que nos valeu a instalação da sua sede, coisa raríssima,
na cidade – deixou, entretanto já substituído pelo juiz desembargador Francisco
Brízida Martins, a presidência do Instituto Nacional de Medicina Legal.
A região Centro terá um aumento de 25% nos fundos europeus no
próximo quadro comunitário, financiamentos que, espera-se, irão, como prenuncia
o seu presidente, "ser aplicados seletivamente em bons projetos", e
não, digo eu, na repetência de erros – redobrada atenção (e eles já andam por
aí) para com o jeito natural de muitos não para aproveitarem mas para se aproveitarem
das circunstâncias – que já malbarataram tanto dinheiro.
Uma equipa de investigadores da nossa universidade – assim bem
cumprindo, parabéns, uma das suas imensas e por vezes tão incompreendidas
responsabilidades sociais – desenvolveu um dispositivo térmico inovador para
proteção de bombeiros e sapadores em situação de emergência grave no combate a
incêndios florestais. Afinal, uma efetiva e muito meritória homenagem da
ciência para com aqueles que, quantas vezes "vida por vida", nos
protegem combatendo o fogo.
Morreu Irene Silveira, amiga de há muitos anos, personalidade
fulgurante, a catedrática que foi vice-reitora, a farmacêutica que, primeira e
ainda única mulher, a Ordem escolheu para sua bastonária. Neste cansaço de
tantas mortes, tão próximas – prometo que guardarei e te levarei, além (a nossa
conversa derradeira, à beira do semanal cozido), as crónicas que ainda vier a
escrever, aqui –, o meu preito.
A Universidade de Coimbra celebra, na próxima segunda-feira, os
350 Anos do Sermão de Santa Catarina, proferido pelo Padre António Vieira na
Real Capela de S. Miguel, em recreação que será interpretada, seguramente de
forma excelente, por Lima Duarte. Nomes sonantes marcam presença na
apresentação da obre completa do sacerdote jesuíta, em homenagem que integra,
ainda, uma conferência e a exibição do filme "Palavra e Utopia". Eis,
pois, uma jornada marcante que dignifica, esta sim, culturalmente, os velhos
Estudos Gerais...
A Assembleia Municipal, é bom que comecemos a não nos
surpreender, reprovou a proposta de IMI já dificilmente aprovada pela Câmara;
Manuel Antunes diz que cortes na saúde desmotivam(?) a sua equipa na cirurgia
cardiotorácica dos CHUC, que, porventura, terá de começar a mostrar algum
voluntariado também no próprio país; Paulo Leitão oficializou a sua
candidatura, única e de continuidade, à concelhia do PSD; e Nuno Freitas
sucede, desde já (não era pressa!), a Maló de Abreu na liderança do órgão
deliberativo do município...
António Cabral de Oliveira
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